Lisboa se reinventa e atrai os olhos do mundo com arte e arquitetura contemporâneas
Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, Portugal. Foto: Acervo Pessoal.
Bóra, Lisboa?
Dois anos atrás passei um ano indo e vindo, Paris-Lisboa, uma vez por mês com um cliente investidor. Montamos equipe, parceria com escritório de advocacia, arquitetura e construtora locais. Tentamos comprar edifícios inteiros, para investir e renovar. Infelizmente, por razões pessoais, meu cliente desistiu do negócio. Coisas da vida. Voltei agora, por quatro dias, para reenlaçar os acordos e sim, tudo continua acontecendo.
Cidade linda, cheia de sol e luz! Alegria de vida! País aberto a novos desafios, a novos moradores! Lisboa de hoje tem tudo de bom que havia antes, mais o otimismo e o investimento nos casarios históricos, nos novos bairros e novas arquiteturas. Está linda! Leve e solta.
Seus habitantes vivendo intensamente a cidade! Arte contemporânea de qualidade. Galerias locais e mundiais abrindo, acreditando, tanto no centro como nas novas áreas como o “Soho Lisboeta”. Galpões gigantes, restaurantes e cervejarias locais. Ainda sem transporte público fácil, mas logo, logo terá. Coleções de arte antiga deslumbrantes, especialmente a Fundação Calouste Gulbenkian. Arquitetos: Ruy d’ Athouguia Jervis, Pedro Cid e Alberto Pessoa, modernismo puro. Arte e jardins abertos para a cidade… todo mundo por ali lendo, conversando, picnicando… Vivendo o espaço público!
O novo museu MAAT [arte arquitetura e tecnologia], é um museu voltado para o exterior, às margens do Rio Tejo, em Belém, distrito de onde os grandes exploradores partiram para o mundo… Por isso a arquiteta inglesa Amanda Levete propõe uma composição e volume arquitetônicos em harmonia com o rio e o restante do mundo.
Os visitantes podem caminhar sobre, sob e através do edifício em arco. A cobertura é um espaço livre, uma reconexão física e conceitual do rio com o coração da cidade: vista da paisagem urbana, cinema a céu aberto… Internamente espaços tão interessantes quanto os externos.
Generosidade e sinuosidade. Valorização da cultura e tradição de artesanato e cerâmica, reinterpretada na linguagem contemporânea. Os azulejos se articulam na fachada e produzem uma superfície complexa que dá reflexos mutáveis da água, luz e sombra. Acreditar numa cidade que oferece qualidade de vida, do dia a dia: morar, estudar, trabalhar, viver, arte, cultura, gastronomia, transporte, saúde. Cidade que se transforma de acordo com as boas coisas do nosso tempo contemporâneo. Que valoriza seu passado e se adequa ao presente. ‘Bóra Lisboa?