Arquitetura
Visite as obras curitibanas do primeiro arquiteto modernista do Brasil
Conheça as três obras do arquiteto alemão radicado em Curitiba, que foi um dos primeiros modernistas brasileiros. Fotos: Daniel Castellano/Ito Cornelsen/Washington Takeuchi/Reprodução
Começou esta semana no Museu Oscar Niemeyer (MON) a exposição “Kirchgässner: um modernista solitário”, que trata da vida e obra do arquiteto alemão radicado em Curitiba, Frederico Kirchgässner, que antecipou o modernismo no Brasil.
Como ressalta o arquiteto e curador da mostra Salvador Gnoato: “Kirchgässner fez um modernismo diferente da grande corrente corbusiana, racionalista. Ele criou um modernismo personalista, só ele fazia daquele jeito, que remete muito à primeira experiência expressionista da Bauhaus, antes dos abstratos ganharam a disputa conceitual”.
E é fato: logo nas décadas de 1920 e 1930 ele criou casas sem teto, cozinhas corredor, móveis próprios sob medida. Algo totalmente incomum para a época.
No próximo dia 11 de março, o Novo Louvre e o Lona Arquitetos organizam uma caminhada fotográfica pelas principais obras do arquiteto alemão em Curitiba. A saída será às 10 horas do Atelier Novo Louvre, na Rua Trajano Reis, 36. A participação é gratuita, mas as vagas são limitadas. Para se inscrever, é só enviar um e-mail para shop@novolouvre.com.br.
No museu, a exposição fica até 4 de junho, das 10h às 18h, de terça a domingo, com ingressos que variam de R$ 6 a R$ 12.
Conheça as três obras de Kirchgässner em Curitiba
Residência Frederico Kirchgässner
Instalado em Curitiba, o alemão estudou Artes Plásticas e Arquitetura por correspondência na Architectktur System Karnack-Hachfeld de Potsdam e na Deutche Kunstschule de Berlim. No final da década de 1920, foi para Berlim fazer provas e tirar seu diploma. Lá conheceu Hilda (1902-1999), sua prima, com quem já trocava cartas. Apaixonaram-se, casaram-se e vieram para o Brasil
Aqui, o arquiteto projetou a casa em que moraria com Hilda, no ano de 1930. Na Rua Jaime Reis, no centro da capital paranaense, a moradia surpreendeu com a estética modernista que só seria difundida no país nas décadas de 1950 e 1960, como a edificação com laje ao invés de telhado, com pórticos no terraço emoldurando a paisagem e elementos tubulares. Em Curitiba, o usual eram as casas com grandes telhados inclinados, herança da colonização europeia.
Edifício na Rua Portugal
Edifício na Rua Portugal mostra uma desventura do arquiteto por um arte déco tardio. A construção foi erguida em 1958 e muitos especialistas preferem desconsiderar o exemplar por sair da principal linguagem adotada por Kirchgässner. Justamente por essa falta de interesse, existem poucas informações sobre o prédio.