Vidro na casa toda

De acordo com a arquiteta Isabela Rosseto, o vidro é usado com frequência por conta das mudanças rápidas na sua produção e na tecnologia empregada. “O material pode ser utilizado para fazer fachadas, coberturas, pisos, divisórias, portas, janelas, escadas e muros”, diz. “Também serve como elemento de segurança em guarda-corpos e peitoris e podem substituir paredes inteiras de alvenaria e servir para projetos modernos em que os ambientes sejam feitos com paredes e móveis de vidros”, acrescenta a designer de interiores Priscila Viana.

O engenheiro e diretor da construtora Plaenge Fernando Fabian explica que, quando usados em fachadas, os vidros apresentaram uma grande evolução tecnológica com capacidade reflexiva variada, diferentes tonalidades, filtro térmico e sonoro, resistência, e também estão mais acessíveis. No interior, afirma ele, existe uma busca por maior amplitude e integração de ambientes. “O vidro, portanto, é uma forma permitir integração entre os cômodos, mas ainda mantendo a possibilidade de isolá-los caso necessário”, observa Fabian.

Na hora de escolher e instalar vidros, é preciso seguir as determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Para guarda-copos e coberturas, são indicados produtos temperados ou laminados, compostos de duas ou mais chapas do material unidas por filmes de segurança. Somente um projeto detalhado, feito por um engenheiro ou arquiteto, pode determinar a espessura ideal do vidro e a forma correta de fixação. Para sacadas, varandas, escadas e pisos, ainda não há normas publicadas, mas, de qualquer modo, seguem a regra do vidro laminado ou temperado por conta do peso que precisam aguentar e fatores ambientais.

Vidro Float: é o mais comum, com­posto por uma placa de vidro plano. Custa em torno de R$ 40 (in­color 4mm) a R$ 120/m² (verde 10mm).

Aramado : contém uma malha de aço no meio para aumentar a segurança e fazer o isolamento termoacústico. Por manter sua integridade física após a quebra, o aramado, assim como o laminado, não pode ser transpassado. Custo de aproximadamente R$ 165/m².

Refletivo ou espelhado: é usado em projetos para locais mais quentes, pois reflete a luz e não absorve tanto calor. Um vidro lami­­nado e refletivo custa R$ 390/m².

Temperado: ao quebrar se parte em pequenos pedaços menos cortantes. É bastante utilizado em box de banheiro. Custa cerca de R$ 115 (incolor 6mm) e R$ 260/m² (verde 10mm).

Laminado: pode ser constituído por duas ou mais chapas de vidros unidos com uma película de resina ou PVB no meio. Ao quebrar, mantém os estilhaços presos em sua estrutura. É recomendado para balaustrados, parapeitos, sacadas e janelas externas. Oferece boa atenuação acústica. No mercado, também é encontrado como PVB refletivo e PVB acústico e coloridos. Varia de R$ 140 (incolor 6mm) a R$ 250/m² (verde 10mm).

Termo e coloridos: além da estética diferenciada, ajudam a reduzir o consumo energético de uma construção. Os termoabsor­ventes custam entre R$ 160 (prata 4mm) e R$ 195/m² (verde 4mm) e os termorrefletores são encontra­dos por R$ 200 (prata 8mm) e R$ 265/m² (verde 8mm).

Compostos: praticamente todos os vidros podem ser unidos por cha­pas para somar suas caracterís­ticas diversas. Os chamados “insula­dos” são um exemplo, pois contêm um vazio entre as chapas para me­lho­rar o isolamento térmico e acús­tico. O custo varia de acordo com a compo­sição.

Com texturas: entre os vidros com textura existe o “serigrafado”, que recebe diferentes tons de tinta no forno e fica colorido; o “jateado”, que ao ser submetido a jatos de areia, forma desenhos opacos na superfí­cie; o “impresso”, que recebe relevos e texturas durante o processo de fabri­cação; e o “craquelado”, que traz ranhuras, mas tem alta resistência pois é composto por uma lâmina interna de vidro temperado com duas lâminas internas de vidro comum (float). O valor também varia.

Espessuras: variam entre 6, 8 e 10 mm para os temperados; de 3 a 20 mm para o float; e nas medidas “3+3”, “4+4”, “5+5” e “6+6”, para os laminados.