Curitiba
Arquitetura
Venda de imóveis cresce 12% e previsão é positiva para o setor mesmo com alta da taxa Selic
Três vezes superior à média nacional. Esse é o resultado registrado pelo mercado imobiliário de Curitiba no consolidado de 2021 quando o assunto é a venda de imóveis novos. Foram 12% de alta no comparativo com o ano de 2020, frente a 4% alcançado em todo o país. Os dados são da Ademi-PR (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná), com pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, e da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), e englobam empreendimentos residenciais e comerciais, e apenas residenciais, respectivamente.
"Nesses últimos dois anos o mercado teve uma performance parecida com a registrada lá em 2010, o ano histórico da construção civil, período do boom imobiliário, que havia sido o melhor para o Brasil. Tivemos vendas consistentes. Quem tinha estoque conseguiu vender. Os lançamentos performaram bem", aponta Luiz Gustavo Salvático, presidente da Ademi-PR.
"A pandemia colocou a casa como protagonista na vida das pessoas e, ela protagonista como fator emocional, contribuiu muito para a nossa performance de vendas", acrescenta Carlos Eduardo de Leão Rosenmann, sócio e diretor comercial e de marketing do Grupo Avantti, ao lembrar dos impactos do confinamento imposto pela pandemia e da busca por morar bem e melhor como um dos principais fatores que elevaram os resultados.
Além deste, o especialista aponta ainda a celeridade das empresas que atuam na capital paranaense em adequar e inovar em seus projetos de forma a atender as novas necessidades dos moradores, que incluíram de espaços para o home office a soluções arquitetônicas e tecnológicas voltadas ao bem-estar e à qualidade de vida nos empreendimentos.
A baixa taxa de juros registrada em 2021 completa o tripé que sustenta os bons resultados do mercado imobiliário curitibano no ano, e que fez com que empresas como a Plaenge registrassem crescimento de cerca de 9% na praça, como conta Luciano Ribeiro, diretor de vendas da construtora e incorporadora. "Historicamente tivemos o melhor resultado do grupo, com aumento também dos lançamentos. Só em Curitiba lançamos R$ 500 milhões entre as duas divisões do grupo: Plaenge e Vanguard", acrescenta. Já na Avantti, o Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado registrou alta de mais de 50%, segundo Rosenmann. No montante das vendas da capital paranaense, o aumento do VGV foi de 36,4% sobre 2020, somando R$ 4,3 bilhões.
E 2022?
À primeira vista, ou atentando-se somente aos dados da economia, poderia-se pensar que os resultados de 2021 enfrentariam desafios para serem mantidos ou superados em 2022. Mas não é esse o sentimento do setor. Nem a alta da taxa Selic, que passou de 4,25% para 12,75% nos últimos doze meses até maio, é capaz de frear as perspectivas para o mercado imobiliário, que seguem positivas.
"O cenário continua interessante, promissor. Vemos um público ainda pesquisando bastante para a compra do imóvel, 'antenado' aos lançamentos e se informando cada vez mais, especialmente pelos canais digitais", afirma Salvático, presidente da Ademi-PR.
Tal interesse é ilustrado pelos números já registrados pela Avantti em 2022, por exemplo. Segundo Rosenmann, nos primeiros 120 dias de vendas do empreendimento Reserva Barigui, lançado em janeiro, foram comercializados mais de R$ 200 milhões em VGV.
"O investimento imobiliário é seguro. Mesmo em anos mais instáveis, com guerra [e eleições], as pessoas veem o imóvel como um bem de preservação de patrimônio", resume Seme Raad Filho, diretor da incorporadora Monarca, que tem dois empreendimentos em desenvolvimento para Curitiba.