Três projetos inspiradores para levar a floresta para dentro de casa

Aproveitando o clima de verão a Haus selecionou alguns projetos que interagem e valorizam o entorno, bem como algumas maneiras inteligentes de trazer o verde para dentro de casa.

Em tempo: a preocupação com o meio ambiente não é de hoje. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, levantar edifícios em sinergia com o meio ambiente é prática antiga, datando do início do século 20.

Um dos primeiros a “levantar a lebre” foi o arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright (1867-1959), que fez a Casa da Cascata, uma obra-prima localizada no estado americano da Pensilvânia. Além das técnicas experimentais utilizadas, ela é famosa por ter sido erguida parcialmente sobre uma pequena queda de água, servindo-se dos elementos naturais, como pedras e vegetação natural.

Confira alguns exemplos inspiradores dessa integração entre a arquitetura e o verde.

A casa construída por Osvaldo Navaro Alves surge no meio do Bosque da Coruja, um bosque de mata nativa com 120 mil metros quadrados, como uma semente que brota naturalmente. Ninguém imagina que nem sempre esteve ali. O arquiteto, que já foi de tudo no Ippuc, de técnico a presidente, levantou sua própria residência com um respeito extremo pelos elementos naturais.

No centro da habitação, o principal elemento estrutural é o tronco de uma Gurucaia, árvore nativa de nove metros de altura. Todas as outras vigas se encaixam na coluna e formam um esqueleto similar ao de um guarda-chuva. Dentro não há corredores. Existe apenas uma área principal de circulação, disposta em volta do jardim interno, que leva a todos os ambientes.

Logo ao entrar na casa da arquiteta e urbanista Silvana Laynes de Castro, 53 anos, em Curitiba, é quase involuntário o movimento de erguer a cabeça até o limite para poder apreciar a torre de seis metros de altura recheada de plantas, como bromélias, orquídeas, avencas, samambaias, jiboias, gerânios, entre muitas outras.

“Nós somos parte da natureza e acredito que as plantas humanizam o ambiente. Para mim, elas são um conforto psicológico”, defende a arquiteta, que morou na França, no Chile e na Nigéria, e que resolveu levar o verde para dentro de casa também, não o deixando restrito apenas ao jardim. Ela explica que a sua torre ecológica, equipada com um sistema de irrigação automática, não só tem um papel visual no ambiente, como atua no conforto térmico, na limpeza e na purificação do ar.

O Museu Hiroshi Senju incorpora a vegetação natural à construção no melhor estilo oriental. Criada pelo arquiteto japonês Ryue Nishizawa, um dos ganhadores do Pritzker de 2010, o museu recorreu à pequenas ilhas verdes revestidas por vidro para preservar a floresta do local e, ao mesmo tempo, utilizar a área desejada. Está aberto desde 2011.