Arquitetura

Terremoto na Itália destrói 5 mil edifícios históricos

Felipe Gonçalves
03/11/2016 21:58
Thumbnail

O terremoto de 6.6 graus destruiu alguns edifícios do centro histórico de Norcia, como a Basílica de San Benedetto (Alberto Pizzoli/AFP)

Onde existiam igrejas, campanários, torres, mosteiros e burgos medievais, hoje só há terra arrasada. A série de terremotos que abala a Itália desde 24 de agosto destruiu cerca de cinco mil edifícios históricos em diversas regiões do Centro, entre Marche, Umbria, Lazio e Abruzzo. A estimativa é do o Ministério da Cultura.
Vila de Norcia foi uma das mais afetadas pelo terremoto do dia 30 de outubro (Filippo Monteforte/AFP)
Vila de Norcia foi uma das mais afetadas pelo terremoto do dia 30 de outubro (Filippo Monteforte/AFP)
O símbolo da destruição é a basílica de São Benedito, em Norcia: apenas a fachada de 1300 resistiu aos tremores. Segundo a lenda, a igreja foi construída sobre a casa onde nasceu o santo, que é padroeiro da Europa. “A catedral de Santa Maria ruiu por três quartos, a igreja da Madonna Addolorata, santuário muito querido pela população, foi completamente destruído, assim como a igreja de Santa Rita”, explica o arcebispo da região, Renato Boccardo.
Ruiu também parte da igreja de São Francesco, de 1300. Uma nave da igreja de Santa Maria Argentea, do século 10, caiu atingindo um órgão de 1700. A freguesia de São Salvador, em Campi di Norcia, verdadeira pérola da Idade Média não existe mais.
Destroços e o pouco da estrutura que restou da Igreja de San Salvatore, próximo de Norcia (Alberto Pizzoli/AFP)
Destroços e o pouco da estrutura que restou da Igreja de San Salvatore, próximo de Norcia (Alberto Pizzoli/AFP)
A onda do sismo chegou até Roma onde algumas igrejas estão interditadas por causa de rachaduras e danos na estrutura. O campanário de Civita di Bagnoregio, cidade candidata a integrar a lista de patrimônio da Unesco, apresenta rachaduras e a igreja foi fechada.
Esses são só alguns exemplos do patrimônio artístico e histórico perdido ou danificado. A lista é longa. Ainda porque a área atingida foi a mesma que causou 298 mortes em 24 de agosto, na região de Amatrice. Os últimos tremores não causaram vítimas, mas foram um golpe decisivo a milhares de edifícios.
Cemitério de Norcia teve diversos túmulos danificados (Filippo Monteforte/AFP)
Cemitério de Norcia teve diversos túmulos danificados (Filippo Monteforte/AFP)
O primeiro ministro da Itália, Matteo Renzi prometeu que a reconstrução será completa. A previsão do governo é investir 8 bilhões de euros (R$ 30 bilhões) nos próximos 30 anos. Enquanto isso, empresários e magnatas estão se mobilizando para salvar o que for possível. O estilista e empresário Brunello Cucinelli, que nasceu na Umbria, anunciou que vai financiar a reconstrução do mosteiro de Norcia.

LEIA TAMBÉM

Antes e depois mostra destruição de patrimônio histórico em Amatrice

Estilistas italianos se unem para restaurar o Duomo de Milão

Italianos criam petição para transformar cidade em Patrimônio da Humanidade

Urina ameaça estrutura da igreja mais alta do mundo