Arquitetura

Shoppings precisam interagir mais com as ruas para evitar espaços degradados

Luan Galani
03/08/2017 10:30
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Dissolver a vitalidade que é centralizada nesses grandes centros comerciais é parte da receita para evitar ainda mais degradação nas áreas do entorno. Imagens: Saboia+Ruiz Arquitetos/Expo 2017/Divulgação

Próxima vez que for ao shopping, preste atenção no seu entorno. Por mais agradáveis que possam ser, os grandes centros comerciais nascem vedados para a rua. Por serem herméticos demais, sem muita interação com o espaço público, as áreas que circundam os shoppings acabam se tornando locais degradados, sem uso. A solução, então, seria os empreendimentos abraçarem um pouco mais a rua, como defendem os arquitetos do escritório de Curitiba Saboia+Ruiz Arquitetos, que sugerem pequenas mudanças de fachada para os principais empreendimentos do Centro da cidade.
O projeto integra a exposição Arquitetura para Curitiba 2017, que está aberta ao público até o próximo dia 10 de agosto no Museu Municipal de Arte (MuMA), e recebe assinatura dos arquitetos Alexandre Ruiz, Thais Saboia, Rodrigo Philippi, Haraldo Hauer Freudenberg, Leandro Vilas Boas e Débora Guimarães, em conjunto com os estudantes Antonio Quadros, Beatriz Teixeira, Camila Andrade, Fernanda Lineiro, Gabriel Alves, Juliana de Almeida, Julianna Santos e Verônica Reis.
“O shopping não deve deixar de existir”, frisam os arquitetos. “Mas algo deve ser feito para que as áreas do entorno não morram. A própria segurança melhoraria com isso. Se abrir mais para a rua e compartilhar a vitalidade e riqueza de interações, que hoje estão centralizadas nos shoppings, fariam bem para a cidade.”
As mudanças sugeridas consistem em simples alterações de fachada (e conceito), abrindo uma passagem, transformando janelas em vitrines ou trazendo comércio e cafés para o lado de fora.
O próprio fenômeno da centralização das relações dentro dos shoppings foi algo natural. Diferentemente das cidades europeias, que em geral mantém grandes comércios na periferia dos centros para preservar as vendas tradicionais, em Curitiba os empreendimentos se concentram no Centro.
“Nossa principal sugestão é de que o poder público deveria solicitar essa contrapartida de maior interação com o entorno”, explicam os arquitetos.
Procurados pela reportagem, os shoppings Estação e Mueller, que foram casos de estudo dos arquitetos, afirmam que no momento não têm intenção ou projetos específicos para reaproveitar suas fachadas.
Em resposta à sugestão do Saboia+Ruiz Arquitetos, a Secretaria de Urbanismo de Curitiba informa que todas as medidas solicitadas aos empreendimentos pela prefeitura são baseadas na Lei de Zoneamento. “Portanto, há pouco espaço para discussão, cumpre-se a lei. De qualquer forma, a nova Lei de Zoneamento está em fase de construção e diversos temas estão sendo estudados”, diz a prefeitura em nota.
SERVIÇO | Expo 2017 Arquitetura para Curitiba, no MuMA, Av. Rep. Argentina, 3.432, Portão, de terça a domingo, das 10 às 19h, até dia 10 de agosto de 2017.

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