Arquitetura
Copa de 2022 no Catar terá estádio 100% desmontável e feito de contêineres
Feito com contêiners, estádio terá capacidade para 40 mil pessoas. Foto: Comitê de Execução e Legado / Divulgação
País sede da Copa do Mundo de 2022, o Catar parece ter descoberto uma forma de evitar os “elefantes brancos” que marcaram o pós-evento no Brasil – e provavelmente deixarão marcas na Rússia, em 2018: um estádio 100% desmontável, feito de contêineres.
O projeto do sétimo estádio sede que está sendo construído para a Copa no país árabe foi apresentado recentemente. Projetado pelo escritório de arquitetura espanhol Fenwick Iribarren Architects, o Estádio Ras Abu Aboud será construído utilizando a estrutura de uma série de contêineres reciclados, possibilitando uma montagem rápida da estrutura além de que, após a realização do evento, poderá ser desmontado e transportado para outro local.
“Este tipo de instalação proporciona um legado perfeito, capaz de ser desmontado e reconstruído em outros locais onde podem vir a ser realizados outros grandes eventos esportivos e culturais”, disse H.E. Hassan Al Thawadi, Secretário Geral do Comitê de Execução e Legado do evento. “Além disso, o estádio proporcionará a atmosfera que os fãs esperam em uma Copa do Mundo mas que será construído de forma sustentável e sem precedentes. Ficamos impressionados com este projeto e com a certeza de que o Ras Abu Aboud se tornará um modelo para projetos futuros de mega-eventos”.
Os custos do projeto ainda não foram divulgados. No início de 2016, o Catar revelou que, somente com instalações esportivas (como arenas e centros de treinamento) para o torneio, pretende gastar US$ 30 bilhões (cerca de R$ 117 bilhões). Numa comparação direta, o valor das instalações esportivas em 2022 chega a ser (assustadoramente) 14 vezes maior que o Mundial no Brasil.
40 mil pessoa à beira mar
Localizado em um terreno à beira-mar de 450 mil metros quadrados, no porção sudeste de Doha, a apenas 1,5 km do Aeroporto Internacional Hamad, o estádio com capacidade para 40 mil expectadores foi concebido a partir de uma série de blocos modulares, estruturas que refletem a linguagem arquitetônica do entorno portuário do estádio. Os contêineres serão adaptados para abrigar os distintos elementos do programa do estádio, assim como escadas, lojas e sanitários.
A modularidade do projeto também resulta em uma economia de materiais, proporcionando menos desperdício e a redução da pegada de carbono em comparação com as tradicionais técnicas construtivas, ao mesmo tempo em que reduz o tempo de construção em até três anos. O estádio visa alcançar uma certificação de quatro estrelas do Global Sustainability Assessment System (GSAS).
“Temos a certeza de que este conceito inovador e sustentável será uma fonte de inspiração para os arquitetos do mundo todo, que poderão pensar em edifícios interessantes arquitetonicamente, que oferecem novas possibilidades e deixam importantes legados para o futuro da arquitetura”, comentou o sócio e arquiteto da FI-A, Mark Fenwick.
Via ArchDaily.
*Especial para a Gazeta do Povo.