Arquitetura

Restaurante do Largo da Ordem guarda memória da arquitetura local

HAUS
10/10/2016 12:55
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Fotos: Pablo Contreras/Divulgação

Foi pelas mãos da arquiteta curitibana Ana Luisa Furquim, que também leciona arquitetura na Universidade Positivo, que a casa histórica que abriga o restaurante Farnel Gastronomia Paranaense, localizado no Largo da Ordem, foi revitalizada.
O projeto de consultoria, realizado junto às proprietárias do restaurante, Anna e Glória Vargas, foi responsável por conferir ao lugar uma nova e sofisticada atmosfera, ao mesmo tempo em que mantém suas características históricas.
O que se sabe sobre a casa onde está localizado o Farnel é que pertenceu à família Ribas e já existia em 1900, muito embora a data precisa da construção seja desconhecida.
“O restaurante anterior, que ocupava a mesma casa e era das mesmas proprietárias, tinha outra proposta e público”, conta a arquiteta. A base do trabalho, segundo ela, foi definir uma cartela de cores para os ambientes internos, que se afinasse à proposta do novo negócio. “Optamos por tons dessaturados e terrosos nas paredes, de modo a neutralizar o fundo, com verde limão em alguns detalhes. Tudo para atender uma clientela mais sofisticada”, detalha Ana Luisa.
O mobiliário especificado leva em conta o fluxo de clientes e funcionários e se combina a um projeto luminotécnico especial: lustres antigos, que foram restaurados (como o da entrada, o do banheiro e as arandelas da segunda sala), se unem a luminárias novas e iluminação técnica, em que a luz (e não o objeto) assume o papel principal.
Objetos antigos da família de até quatro gerações passadas foram selecionados e compõem um minimuseu da gastronomia. “Como não dava para utilizar tudo, escolhemos por temas”, afirma a profissional. Assim, uma coleção de panelas brancas, porta-temperos dispostos em molduras e nichos, chaleiras, pratos de porcelana decorados, uma balança e ferros de passar à carvão, enfeitam o espaço.
O banheiro, com dimensões limitadas, também entrou no projeto. Além de toda a reformulação, ele deveria dar conta de uma bancada para trocar bebês. “As paredes eram até meia altura, então no fechamento criou-se uma prateleira onde são expostos os objetos. Também optamos pela cor ferrugem em todas as paredes e aproveitamos um pé antigo de máquina de costura para uma nova bancada”, explica Ana Luisa.
No bar, um balcão em mármore claro traz iluminação embutida e se contrasta a uma parede verde limão com peneiras antigas expostas. O recurso trouxe solução a um problema de distribuição entre a área de preparo de bebidas e a área do público, criando uma espécie de sala de espera. Na parte externa, os muros ganharam nova pintura e arandelas foram reaproveitadas.

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