Arquitetura

Resort tem projeto deslumbrante e autossuficiente, destacando o turismo sustentável

HAUS
04/01/2019 17:13
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Kudadoo Maldives Private Island é um novo resort construído nas Maldivas com teto todo coberto por placas solares. Fotos: Reprodução / YVA Architecture

As Maldivas são a nação com a costa mais próxima ao nível do mar no mundo. O relevo mais alto fica a cerca de dois metros acima do nível marítimo e essa condição faz com que a paisagem seja muito sensível à mudança do nível do mar ocasionada por conta das alterações climáticas.
Na esperança de ajudar a minimizar o efeito da ação humana no meio ambiente, muitos resorts e hotéis da região, procurada por turistas que encontram praias maravilhosas, têm aderido à geração de energia limpa, incentivando o turismo sustentável.
O mais recente projeto que apresenta essa preocupação de forma muito explícita é o Kudadoo Maldives Private Island inaugurado em 2018 e com projeto assinado pelo escritório japonês YYA (Yuji Yamazaki Architecture). O telhado tem cobertura de placas solares, que suprem toda a necessidade de energia do hotel.
Tradicionalmente, os painéis solares estão escondidos em áreas discretas nas Maldivas e não têm qualquer outra função, mas no Kudadoo, o teto fotovoltaico é visível e se torna um ícone na paisagem. Os visitantes podem entender instantaneamente o objetivo de integrar o sistema solar ao conceito geral do projeto.
“Alcançar a neutralidade de carbono neste pequeno país insular deve ser uma inspiração para o desenvolvimento sustentável nos países maiores. Não há lugar melhor no mundo para mostrar o futuro do turismo sustentável”, reflete o escritório no descritivo do projeto no site.
Ainda de acordo com o arquiteto responsável, a geometria e a disposição das placas maximizam a produção de eletricidade enquanto minimizam o consumo. A luz do sol passa através das aberturas e, naturalmente, ilumina os interiores. “O investimento inicial no sistema solar será recuperado em cinco anos, eliminando a necessidade de uso de gerador de energia que consome diesel”, garante o YVA.

Detalhes

Arquitetonicamente, a brisa, a sombra e a vista foram os elementos que impulsionaram o projeto que se insere no cenário tropical. Todas as aberturas são porta-janelas colocadas em paredes opostas, promovendo a ventilação natural e cruzada.
Com telhados suspensos, guarda-sóis e coberturas, mais de 50% do deck externo privativo de todos os quartos foram projetados para ter pelo menos cinco horas sombreadas durante o dia.
Detalhes do interior de um dos quartos do hotel.
Detalhes do interior de um dos quartos do hotel.
“A forma como cada quarto foi projetada proporciona aos hóspedes uma vista frontal do oceano mais ampla, ao mesmo tempo em que bloqueia a visão para as vilas vizinhas, garantindo a privacidade”, completa o arquiteto. Nos arredores, manteve-se a vegetação nativa, garantindo a migração de aves especialmente durante o outono.
Desfrutar de toda a natureza com sustentabilidade e conforto custa cerca de 3,5 mil dólares (cerca de R$ 13 mil) por noite, de acordo com o site do hotel.

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