Arquitetura
Resort tem projeto deslumbrante e autossuficiente, destacando o turismo sustentável
Kudadoo Maldives Private Island é um novo resort construído nas Maldivas com teto todo coberto por placas solares. Fotos: Reprodução / YVA Architecture
As Maldivas são a nação com a costa mais próxima ao nível do mar no mundo. O relevo mais alto fica a cerca de dois metros acima do nível marítimo e essa condição faz com que a paisagem seja muito sensível à mudança do nível do mar ocasionada por conta das alterações climáticas.
Na esperança de ajudar a minimizar o efeito da ação humana no meio ambiente, muitos resorts e hotéis da região, procurada por turistas que encontram praias maravilhosas, têm aderido à geração de energia limpa, incentivando o turismo sustentável.
O mais recente projeto que apresenta essa preocupação de forma muito explícita é o Kudadoo Maldives Private Island inaugurado em 2018 e com projeto assinado pelo escritório japonês YYA (Yuji Yamazaki Architecture). O telhado tem cobertura de placas solares, que suprem toda a necessidade de energia do hotel.
Tradicionalmente, os painéis solares estão escondidos em áreas discretas nas Maldivas e não têm qualquer outra função, mas no Kudadoo, o teto fotovoltaico é visível e se torna um ícone na paisagem. Os visitantes podem entender instantaneamente o objetivo de integrar o sistema solar ao conceito geral do projeto.
“Alcançar a neutralidade de carbono neste pequeno país insular deve ser uma inspiração para o desenvolvimento sustentável nos países maiores. Não há lugar melhor no mundo para mostrar o futuro do turismo sustentável”, reflete o escritório no descritivo do projeto no site.
Ainda de acordo com o arquiteto responsável, a geometria e a disposição das placas maximizam a produção de eletricidade enquanto minimizam o consumo. A luz do sol passa através das aberturas e, naturalmente, ilumina os interiores. “O investimento inicial no sistema solar será recuperado em cinco anos, eliminando a necessidade de uso de gerador de energia que consome diesel”, garante o YVA.
Detalhes
Arquitetonicamente, a brisa, a sombra e a vista foram os elementos que impulsionaram o projeto que se insere no cenário tropical. Todas as aberturas são porta-janelas colocadas em paredes opostas, promovendo a ventilação natural e cruzada.
Com telhados suspensos, guarda-sóis e coberturas, mais de 50% do deck externo privativo de todos os quartos foram projetados para ter pelo menos cinco horas sombreadas durante o dia.
“A forma como cada quarto foi projetada proporciona aos hóspedes uma vista frontal do oceano mais ampla, ao mesmo tempo em que bloqueia a visão para as vilas vizinhas, garantindo a privacidade”, completa o arquiteto. Nos arredores, manteve-se a vegetação nativa, garantindo a migração de aves especialmente durante o outono.
Desfrutar de toda a natureza com sustentabilidade e conforto custa cerca de 3,5 mil dólares (cerca de R$ 13 mil) por noite, de acordo com o site do hotel.