Seja para aqueles que acabaram de comprar um imóvel, novo ou usado, ou para os que precisam revisar a estrutura e dar novos ares ao lar, a reforma é uma etapa pela qual se terá de passar. Para evitar que a obra vire um problema e se estenda mais do que o previsto, alguns cuidados devem ser tomados.
O primeiro passo é definir o que é necessário reformar e o que se pretende, do ponto de vista estético. “O principal erro é achar que se pode fazer uma reforma sem a orientação de um especialista. Quem opta por este caminho está abrindo um precedente para que os problemas apareçam”, diz Paulo Ritter de Oliveira, coordenador da Câmara de Arquitetura do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (Crea-PR). Ele estima que ao menos 85% das reformas no estado sejam feitas sem o projeto de um arquiteto.
Para algumas obras é indispensável que um profissional habilitado responda pelo projeto. “Quando está prevista ampliação de área, os projetos devem ser encaminhados para aprovação na prefeitura, que ao final da reforma emitirá o Habite-se”, explica a inspetora do Crea-PR, Taize Parcianello. Reparos menores, que não envolvem ampliações nem modificações na estrutura, é recomendável, mas não obrigatória a participação de um profissional.
Passada a fase de projeto, é preciso se preocupar com a contratação da mão de obra para a execução. “Arquitetos quase sempre trabalham em parceria com empreiteiras e outros profissionais nos quais confiam. Seguir essa recomendação é importante para que o projeto saia como o planejado”, aponta Oliveira.
Se esse não for o caso, o ideal é procurar referências de quem se está contratando, conversando com ex-clientes para ver o grau de satisfação.
A arquiteta Cristiane Mangrich Dias explica que um dos principais desgastes durante uma reforma são os imprevistos e os gastos não calculados. “Saber bem o que se quer antes de iniciar a obra é essencial. Mudanças no meio da reforma fatalmente vão levar a gastos extras”, diz.
Além das questões relacionadas ao conforto e à personalização do imóvel, uma reforma pode servir ainda para valorizar uma casa ou apartamento. Se for esse o caso, o investidor deve atentar para não gastar muito. “Preparar o imóvel para a venda ou locação é um procedimento que ajuda na velocidade de negociação, mas não necessariamente no preço, que está relacionado com o mercado”, explica Gerson Carlos da Silva, diretor da Galvão Planejamento Imobiliário e Vendas.
Ele recomenda que se invista em duas frentes: revestimentos e pintura (interna e da fachada), priorizando as cores e modelos básicos. O investimento em uma reforma não deve passar de 5% do valor do imóvel, recomenda Silva. Nos casos de locação, a reforma se reverte em valorização. “A pessoa que aluga, paga também pelo conforto de estar em um imóvel conservado”, lembra o corretor.