Arquitetura

Para onde vai o mercado da arquitetura

texto: Luan Galani
27/02/2016 01:00
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Internacionalização dos projetos e migração para as incorporações são oportunidades para profissionais da área. Foto: Daniel Castellano / AGP | GAZETA

Lá fora é assim: jovens arquitetos se juntam a escritórios, às vezes já como associados júnior, e, com o passar do tempo e o desempenho do profissional, viram associados sênior ou até sócios. Esse processo real de crescimento é uma das maiores portas para reter talentos em ascensão. A história de diversos nomes de vulto da arquitetura internacional mostra isso. Foi assim com a arquiteta iraquiana Zaha Hadid, então iniciante quando entrou para o escritório do holandês Rem Koolhaas.
Mas por aqui a história é outra. O atual modelo de escritório, adotado pela maioria dos arquitetos, escancara diversos problemas que emperram a retenção de novos talentos e a criação de novos escritórios. É o que mostra pesquisa inédita conduzida pela Brain – Bureau de Inteligência Corporativa a pedido da regional paranaense da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA-PR). Ao todo foram ouvidos 56 escritórios.
“Isso acontece porque, na maioria das vezes, a empresa é uma forma de atuação da pessoa física do arquiteto, apenas”, explica o economista Fábio Tadeu Araújo, sócio-dirigente da Brain e um dos coordenadores do estudo. “Outras variáveis também entram em jogo para configurar esse cenário: a dificuldade de dividir as receitas e poder, e de lidar com opiniões diferentes.”
Os números comprovam. Apesar do boom imobiliário do estado nos últimos dez anos, não se conseguiu gerar novos escritórios. A quantidade fundada nos últimos quatro anos foi pequeníssima, apenas cerca de 9%. Enquanto 63% dos escritórios criados entre 1991 e 2000 se consolidaram.
Modelo atual dos escritórios dificulta retenção de novos talentos. Uma das saídas é o investimento em modelos internacionais ou no coworking. Foto: Mel Gabardo
Modelo atual dos escritórios dificulta retenção de novos talentos. Uma das saídas é o investimento em modelos internacionais ou no coworking. Foto: Mel Gabardo
Oportunidades
Apesar da notícia não muito animadora, duas oportunidades saltam aos olhos: a internacionalização dos projetos como ferramenta de projeção dentro de Curitiba e no Paraná e a presença de poucas empresas no ramo da incorporação.
“A estratégia de exportar os serviços tem sido largamente utilizada por diversos escritórios para obter mais projeção e chances de negócios por aqui”, avalia Araújo. “E quando se observa a área da incorporação, vê-se que ela é ultraconcentrada, com poucas empresas atuando. O que faz desse nicho um espaço de expansão para outros escritórios”, sugere.

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