Arquitetura
Tijolos de bolhas de plástico? Prédio com cascata de chuva? Isso é arquitetura do futuro
Os tijolos de bolhas de plástico do arquiteto norte-americano Greg Lynn. Foto: Divulgação
Você pode até não conhecer todos de bate-pronto, mas, acredite, ainda vai ouvir falar muito deles. São escritórios de arquitetura em ascensão com trabalhos que esbanjam genialidade e dão contornos sólidos à arquitetura contemporânea. Mostram a que vieram com muita ousadia, sempre dialogando com a paisagem com extremo respeito e trazendo a experiência do usuário dentro do edifício para o centro de seus projetos.O que torna a vivência nos lugares pensados por eles muito mais interessante e surpreendente.
Os arquitetos Orlando Ribeiro, que leciona na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, e Rodolfo Sastre, docente na Universidade Positivo, nos ajudaram a cravar esses nomes em meio a outros tantos times inspiradores.
Bjarke Ingels Group
A inquietude com a chatice dos prédios de sua cidade levou o jovem arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, 42 anos, a edificar sua carreira sobre projetos revolucionários. Desde a fundação de seu escritório em 2006, o Bjarke Ingels Group (BIG), ele é conhecido pela hibridização de conceitos.
O exemplo flagrante está na usina de energia Amager Resource Center, que está quase pronta em Copenhage. Nos próximos anos, a estrutura vai abrigar a indústria que transforma lixo em energia elétrica, mas também vai virar a primeira montanha de esqui da Dinamarca, um paredão de escalada e um espaço de sociabilização no entorno para a vizinhança. Sem falar no novo quartel-general do Google na Califórnia e no prédio Via 57 West, que transformou o skyline de Nova York.
Greg Lynn
Natural de Ohio, nos Estados Unidos, Greg Lynn, 52 anos, começou sua jornada profissional se dedicando à vida acadêmica. Formou-se em Filosofia e Arquitetura e passou pelas universidades de Miami, Princeton e Bratislava. Munido de um background pouco comum para a área, conseguiu combinar as realidades do design e da construção com um potencial teórico e experimental sem igual.
Assim trocou o lápis e a régua por softwares avançados, cálculos e robôs industriais, fazendo de bolhas de plástico coloridas seus tijolos favoritos. Pouco conhecido por essas bandas, o arquiteto é um dos primeiros do mundo a empregar na concepção dos projetos a utilização de drones e de realidade aumentada. Mas, longe de ser um simples entusiasta da tecnologia, gosta também de repensar o conceito de trabalho, entretenimento, lazer e vida, levando os novos significados para ambientes dinâmicos e prédios inteligentes.
KAMJZ Architects
O jovem escritório polonês, fundado em 2012 e dirigido por Maciej Jakub Zawadzki, gosta de desafios. No lugar de limitações topográficas, financeiras, políticas ou de prazo, eles veem oportunidades de produzir as soluções mais inovadoras. Seu maior trunfo está em levar de forma cristalina para seus traços e escolhas técnicas os conceitos originais para cada edifício.
É possível enxergar a inspiração do copo de cerveja para uma antiga cervejaria de Varsóvia e da água para o quartel-general da principal abastecedora de Milão. Mas o que fisga o respeito de todo profissional que vai atrás do trabalho desse jovem time é a proposta que eles fizeram para o Centro Cultural de Taichung, em Taiwan, em que as águas da chuva correriam por toda a fachada do prédio.
El Equipo Mazzanti
O escritório colombiano conduzido por Giancarlo Mazzanti leva em seu DNA o comprometimento com a função social da arquitetura, por acreditar principalmente nos efeitos que as boas construções produzem. Mazzanti é conhecido também pelos processos de trabalho não hierárquicos que contam com a contribuição de sociólogos, artistas e outros profissionais.
Entre seus projetos mais brilhantes, está o premiado Parque Biblioteca España, em Medellín, com três volumes gigantes que parecem rochas negras na paisagem verde da cidade, e a proposta ainda não construída para o Parque Educativo Marinilla, em Antioquia, também na Colômbia.
Snohetta
Os noruegueses Kjetil Thorsen (esquerda) e Craig Dykers (direita), do escritório Snohetta, encaram seus projetos como exemplos de atitude, e não de design. Demonstram um respeito quase sagrado pelo entorno de suas obras e as integram de forma simples, mas revolucionária, criando novos caminhos e oferecendo uma nova dinâmica aos espaços.
Como acontece com seu edifício mais icônico: a Ópera Nacional da Noruega, que foi o primeiro elemento da transformação planejada de Oslo, reconectando os habitantes com a beira da água e permitindo diversas surpresas, até mesmo de andar sobre o telhado.