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Arquitetura
Original dos anos 1970, apartamento passa por reforma para acolher a segunda geração da família

Quando as lembranças afetivas se misturaram à técnica, o Apartamento Brigadeiro (re)nasceu. Nos anos 1980, o local foi o cenário de boas lembranças para um casal que o adquiriu ao se casar. O local ficou marcado na memória dos ex-moradores como um ponto de encontro de amigos e familiares e pelo nascimento do primeiro filho. Contudo, após dez anos, mais um filho estava nos planos e a área social já parecia não comportar o modo de vida da família. Isso motivou o casal a se mudar para outro apartamento e manter o antigo em regime de aluguel por 30 anos.
No entanto, a história da família com o local estava longe de acabar. A filha mais nova do casal pedia aos pais que não vendessem o apartamento, pois desejava morar lá um dia. Neste ano, o desejo de Amanda Dalla-Bona se realizou. A arquiteta e designer decidiu reformar o apartamento junto com seu companheiro, o também arquiteto e designer Leandro Garcia. A parceria profissional e amorosa rendeu um resultado elegante, aconchegante e ideal para o convívio social.
Reforma radical

Apesar de manter características originais, como as esquadrias preexistentes e o piso de parquet de imbuia, o apartamento dos anos 1970 passou por uma reforma radical. Entre as mudanças se destacam a completa troca das instalações elétrica e hidráulica e a alteração da planta. O espaço, que tinha três dormitórios, passou a contar com dois, a área de serviço foi reduzida e o dormitório de serviço, eliminado. As mudanças foram ao encontro do objetivo de ampliar a sala e torná-la mais iluminada e integrada à cozinha.
O apartamento ganhou novos ares, mas manteve o que já oferecia de melhor na década de 1980. Localizado no centro de Curitiba, o espaço tem acesso privilegiado a cafés e restaurantes da região. Não à toa, o casal foi conquistado pelos arredores da propriedade. Além disso, a ampla vista do apartamento, raridade nos centros das cidades, garantiu luz abundante ao local, quesito explorado na revitalização do espaço.
Separação entre casa e trabalho

O casal de arquitetos, na figura de moradores e autores do projeto, almejavam um resultado diferente do que já haviam feito para clientes. “A intenção era de garantir que a casa fosse um lugar para pausar e se recolher”, explica Leandro Garcia. Por isso, o casal experimentou materiais nunca antes utilizados por eles, como a granilite e o ladrilho hidráulico. Ademais, as peças de marcenaria se restringiram ao guarda-roupa e armários de cozinha e banheiros. Todos os outros móveis foram escolhidos a dedo.

Uma das estrelas do mobiliário é uma grande mesa de madeira maciça desenhada pelos arquitetos e executada sob medida. Nos 108m² da propriedade, outros móveis brilham sobre a base neutra do parquet e das paredes e portas brancas. Foram aplicados pontos de cor nas peças de mobiliário mais importantes, como o sofá MP-97 azul, a poltrona e o pufe MP163 caramelo, de Percival Lafer, a poltrona FDC1 cravo, de Flavio de Carvalho, e a cadeira MTF600 verde, de Geraldo de Barros.