Arquitetura

Jorge Zalszupin: versatilidade como essência

Marina Fabri
03/05/2012 03:26
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Prestes a completar 90 anos, o arquiteto e designer polonês Jorge Zalszupin está sendo homenageado com uma exposição que mostra alguns dos projetos mais marcantes de sua carreira. A mostra, que ocorre no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, vai até 24 de junho e reúne 44 peças de tiragem única e 13 reedições. Naturalizado brasileiro, Zalszupin é reconhecido como um profissional versátil – trabalhou no Brasil tanto como arquiteto quanto como designer de móveis, em especial poltronas, cadeiras, escrivaninhas, mesas e banquetas em madeira.
A exposição que está sendo realizada atualmente no Museu Oscar Niemeyer celebra seus 90 anos de vida. Quais são suas peças mais representativas?
Como designer, destaco a cadeira Dina­marquesa, primeira poltrona que desenhei, em 1959. E na arquitetura, acho que entre os mais representativos estão três prédios que projetei na Avenida Paulista, em São Paulo, entre outros, além das residências.
O senhor diz que começou sua carreira como designer porque não encontrava móveis adequados aos seus projetos como arquiteto. Do que sentia falta nesse aspecto?
Sentia que faltavam, em especial, cadeiras, poltronas, mesas baixas. Foi por aí que comecei.
Que avaliação o senhor faz da evolução do design de móveis desde que chegou ao Brasil até hoje? Mudou muita coisa?
Vim para o Brasil em 1940 – estou aqui há 72 anos e acredito que sim, as coisas mudaram bastante, em especial as técnicas e os materiais usados. Acho também que o design brasileiro foi crescendo e se profissio­nalizando ao longo dos anos, está mais adulto. Isso se deve também à criação de cursos nessa área, que antes não existiam.
O senhor costumava projetar peças para serem produzidas em pequenas séries. Essa sempre foi uma escolha sua? Por quê?
Sim, escolhi essa forma de produção das minhas peças em especial porque produzi-las em grande escala exige equipamentos mais caros e um mercado assegurado.
O senhor retornou para a Polônia? Chegou a trabalhar lá?
Não, nunca retornei. Estou sem rever meu país natal desde 1939, imagine! Faz 73 anos. Mas agora vou voltar, vou comemorar meus 90 anos lá.
O senhor ainda trabalha?
Hoje estou trabalhando muito pouco, ando meio preguiçoso.