Arquitetura

Incêndio destrói casinha alemã mais estreita de Curitiba

Luan Galani
16/02/2017 16:00
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Vista do pavimento superior completamente destruído. Os bombeiros só conseguiram salvar o térreo da construção. Foto: Paula Morais/Reprodução

Curitiba conta com uma casa a menos. A baixa aconteceu na tarde desta quarta-feira (15) com o incêndio que destruiu grande parte do imóvel histórica na Rua Paula Gomes, quase esquina com a Rua Duque de Caxias, no bairro São Francisco.
A casa abrigava algumas residências e um ateliê de artes plásticas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, não houve vítimas graves e a causa do incêndio permanece desconhecida. Como apurou a Tribuna, testemunhas afirmam que o acidente começou devido a uma panela esquecida no fogo.
Longe de ser simplesmente um imóvel antigo qualquer, a casinha era o exemplar mais estreito da arquitetura eclética alemã em Curitiba. O tipo de construção ficou popular na cidade no século 19 e se diferencia principalmente pela “entrada da residência ficar sempre em uma varanda lateral e pelo frontão esconder o telhado triangular de duas águas caindo nas laterais”, como explica o arquiteto Fábio Domingos Batista, especialista em patrimônio histórico e cotidiano urbano.
As características da tipologia representam um rompimento com o estilo anterior. “No colonial, por exemplo, os telhados caem todos para frente e fundos da casa, e a entrada é sempre de face para a rua”, compara Batista.
E todas essas soluções arquitetônicas bem germânicas foram empregadas em um lote muito estreito da rua, como ressalta o arquiteto Key Imaguire Junior, referência máxima da cidade quando o assunto é história da arquitetura e fã confesso da casa.”Mesmo em um espaço tão pequeno, o autor conseguiu manter a tipologia”, celebra o arquiteto.
“Toda a região do São Francisco tem uma presença forte dessa arquitetura alemã, como é o caso dessa casinha e do Solar do Rosário, por exemplo. Mas elas são pouquíssimo estudadas”, conta.

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