Arquitetura
Igreja Universal já tentou comprar fábrica da Ambev e Moinho Rebouças

Igreja Universal já se interessou em comprar o moinho amarelo vizinho a sua nova construção. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo
No último dia 19, o Conselho Municipal de Urbanismo de Curitiba (CMU) se debruçou sobre a legalidade do letreiro do Templo Maior da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), que diz: “Jesus Cristo é o Senhor”. Por estar um pouco abaixo da altura considerada ideal, que seria de 6 metros, a ‘placa’ passou pelo crivo do conselho, que autorizou os dizeres por estarem embutidos na fachada do prédio e por entender que o elemento não prejudicaria a redondeza.
Na mesma sessão, porém, circulou extraoficialmente a notícia de que a organização religiosa teria feito propostas para adquirir terrenos da antiga fábrica da Ambev e do Moinho Rebouças, onde hoje está a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), antes da construção de seu templo definitivo.

Dois conselheiros confirmaram a informação para a reportagem. O arquiteto Milton Carlos Zanelatto Gonçalves, que representa a regional paranaense do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-PR) no CMU, e um outro arquiteto, que prefere o anonimato. Ambos destacaram que, “de acordo com o secretário de urbanismo de Curitiba, em conversa após a reunião do conselho, a prefeitura teria se negado a vender o moinho”.
Procurado pela reportagem, o engenheiro e secretário de urbanismo Julio Mazza de Souza nega a informação e diz que não há nada oficial. Questionada sobre o interesse da Universal no imóvel histórico do moinho, a Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos (Seplad), por meio de nota da assessoria de imprensa, diz que “consultou o Departamento do Patrimônio Público e de que não existe registro de solicitação desta natureza”. Reforça ainda que “o referido imóvel é de propriedade do município de Curitiba e encontra-se permissionado à Fundação Cultural de Curitiba e à Agência Curitiba de Desenvolvimento”.

Com relação ao possível interesse da Iurd sobre o terreno da fábrica da Ambev, a empresa diz que prefere não tecer comentários sobre o assunto. O Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Planejamento, afirma que desconhece o interesse da igreja. “O governo está apenas aguardando um trâmite burocrático para que o imóvel passe para o Estado. De parte do governo, está mantida a proposta de 2012 de realizar um centro cultural e de levar algumas instituições de ensino para lá.”

Procurada, a Igreja Universal diz que a informação é falsa e sentencia que “não está adquirindo outros terrenos na região”. No entanto, não responde à reportagem se já teria feito propostas pelos terrenos em questão.