Arquitetura
Com materiais raros e jardim ousado, hotel brasileiro ganha prêmio internacional de design e arquitetura
Foto: Botanique Hotel &Spa/Divulgação
O hotel brasileiro Botanique, na Mantiqueira, em Campos do Jordão, no estado de São Paulo, acaba de receber o Prêmio Global de Arquitetura e Design (GADA, na sigla em inglês) na categoria menção honrosa de 2019, concedida pela prestigiada organização Rethinking the Future.
O projeto é resultado de uma sinergia entre vários arquitetos e paisagistas. Os telhados são de William Gorham, a estrutura arquitetônica é assinada por Cândida Tabet e os jardins um tanto ousados foram pensados por um dos principais paisagistas do mundo, o inglês John Brookes.
O hotel incorpora diversos elementos raros. Como tábuas centenárias, pedras de saibro de rios próximos (com até 3 toneladas cada), revestimentos com ardósia chocolate vinda de Minas Gerais e estrutura artesanal nos telhados, com junções, engates e rebites todos feitos a mão, um a um, a partir de madeira itaúba — comprada bruta, cortada, secada por anos e depois colocada sem verniz.
O edifício principal está “plantado” dentro de 300 caixas de horta, com jardins verticais e milhares de vasos, circundado por jerivás de altitude e as raras erezinas vermelhas que se avistam do corpo principal do hotel.
Todos os apartamentos apresentam termos botânicos que dizem respeito ao hotel e seus jardins. Nem todos os nomes são fáceis de lembrar, mas são termos curiosos.
O interior foi planejado por Adélia Borges, ícone da crítica de design do país e ex-diretora do Museu da Casa Brasileira. Foram selecionados dezenas de jovens designers nacionais. Preferiu-se o desconhecido, o inusitado, sem trocar elegância por efeito demonstrativo. Muitos dos móveis são únicos e os demais são de edição limitada.