Planejamento urbano
Arquitetura
Novo modelo de estação de ônibus será autossuficiente, climatizado e com biometria facial
Novo modelo de estação de ônibus será implantado apenas na linha do Inter 2 | Ippuc
Quem depende do transporte público para se deslocar por Curitiba ou pelas cidades da Região Metropolitana sabe que o sistema de mobilidade necessita de diversas melhorias. E uma das apostas da administração municipal passa também pelo redesenho parcial das estações de ônibus.
O que implica começar a substituir a clássica estação-tubo, um dos ícones da revolução urbana pela qual Curitiba passou na década de 1990. A intenção inicial é trocar até 2025 apenas as 12 estações da linha Inter 2 pela Prisma Solar, um modelo totalmente fechado, climatizado, energicamente autônomo e com biometria facial, com anteprojeto desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
Questionado se, antes de inventar um modelo novo, o município havia considerado a opção de requalificar a estação-tubo, o coordenador da Unidade Técnico-Administrativa de Gerenciamento (Utag), Paulo Socher, disse para a reportagem em evento público nesta terça-feira (26) que o Instituto até chegou a pensar nisso, mas que quis marcar esse novo salto no transporte de Curitiba com um novo modelo.
Ele reforçou: "As estações-tubo, criadas por Abrão Assad e Jaime Lerner, são uma marca de Curitiba e permanecerão. No momento, não existe proposta de alterar as demais linhas. O que não quer dizer que, eventualmente, a tubo não possa ser atualizada para melhorar a sensação do usuário."
A primeira Estação Prisma Solar a ser construída será a Estação Agrárias, na Rua dos Funcionários, no bairro Cabral. O valor para execução do projeto piloto e acompanhamento da operação por quatro meses será de R$ 4,6 milhões. A nova estrutura faz parte do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba, financiado parcialmente com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Só depois de testado, é que o novo modelo será replicado em toda a linha do Inter 2, com futuras licitações.
Segundo Marcio Teixeira, diretor técnico da Utag, a nova estação foi pensada para ser um espaço multimodal, para transformar o seu entorno, e não ser apenas para ser uma passarela de passagem.
Por isso, o entorno precisa considerar espaços para patinetes elétricos, bicicletas, carros e área flexível para comércio ambulante. A nova estação deverá ter também acesso facilitado, internet, sistema de segurança e alerta, painel de mensagens eletrônicas, climatização de 22ºC e um sistema automatizado sem cobrador.