Sustentabilidade

Arquitetura

Empreendimento multipropriedade vai usar água subterrânea para garantir conforto térmico sustentável

Vivian Faria, especial para HAUS
17/02/2023 14:37
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Para reduzir a necessidade do uso de ar-condicionado durante o verão e, consequentemente, o consumo de energia elétrica nas torres do Amazon Parques & Resort, o empreendimento multipropriedade com temática da Amazônia que está em implantação na cidade de Penha, em Santa Catarina, vai utilizar a temperatura do solo e água subterrânea para reduzir em até 6º a temperatura dentro dos edifícios.
“O sistema de resfriamento usa água subterrânea para diminuir a temperatura do edifício através de tubulações que ficam entre as paredes. A ideia veio através de uma equipe de arquitetos internacionais”, explica o diretor de relações com os investidores da empresa responsável pelo empreendimento, Alvise Migotto. Os profissionais de que fala Migotto são os que integram o escritório NotToScale Architecture, com sede na Suíça.
A técnica, chamada de resfriamento geotérmico, é antiga e bastante usada em locais como Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão. Para executá-la, tanto a camada inferior de drenagem da laje da fundação das torres quanto as paredes estruturais ao redor do edifício são dotadas de tubulações para a circulação da água. Quando passa pela laje de fundação, que é subterrânea, a água resfria, já que o solo apresenta temperatura semelhante à média da temperatura atmosférica anual local durante todo o ano. Assim, quando bombeada para cima, a água gelada forma um labirinto térmico que contém a temperatura e gera conforto térmico.
Além de gerar economia pela redução do consumo de energia elétrica, o sistema reduz o impacto ambiental do empreendimento e permite que ele seja mais sustentável. “Cuidar da sustentabilidade é uma questão vital para a humanidade e as novas gerações têm conseguido observar o valor de uma empresa que tem essa preocupação. A Amazon Parques & Resorts tem entre suas metas a promoção da sustentabilidade através de projetos que preservem a Amazônia, além do cuidado com o projeto sustentável até a fase de construção”, afirma Migotto.

Outras medidas

Além do resfriamento geotérmico, o empreendimento contará com teto verde e sistema de coleta de água da chuva. “O teto verde está previsto em toda a cobertura dos edifícios. É uma escolha que favorece o bioma da região, atraindo animais e pássaros, além de também contribuir para a redução da temperatura da edificação”, diz o diretor de relações com investidores. A medida contribui ainda para a absorção de poluentes e a diminuição de ruídos.
A água da chuva, por sua vez, será utilizada nos jardins, descargas e lavagens externas, reduzindo o uso de água potável, representando também economia e contribuindo para evitar o desperdício de água.
O projeto desenvolvido pelo NotToScale aposta ainda em grandes vãos e aberturas com janelas de vidro para ampliar a iluminação natural, no uso de brises para controlar a incidência do sol e permitir a ventilação, na preservação de floresta e na manutenção de desníveis naturais do local, onde será implantado um bosque para caminhadas e corridas.
De acordo com Migotto, todas as medidas estão em estudo de viabilidade, visando a obtenção de certificações e “a escolha das melhores tecnologias disponíveis no mercado para conciliar a sustentabilidade”.
O Amazon Parques & Resort em Penha, primeiro de três que a rede prevê implantar com o mesmo conceito, terá 699 apartamentos multipropriedade e capacidade de atendimento para 9 mil pessoas por dia. Contará ainda com parque temático com mais de 60 atrações e hotéis com bandeira Wyndham Garden, da Wyndham Hotels & Resorts. A primeira fase de obras do empreendimento, que consistem em três torres multipropriedade, já foi lançada e deve ser entregue em 2025.