Arquitetura
Do Pinterest para a vida: projeto de reforma em bar curitibano aposta em nostalgia com novas cores

Na sala ao lado da entrada, com vista para a rua, espelhos foram coletados pelas sócias com doações de clientes e amigos e criaram a composição dessa peça que funciona como um portal. Fotos: Letícia Akemi | Gazeta do Povo
O Edifício Carmen, uma construção art déco dos anos 60 localizada na Rua Brigadeiro Franco, adicionou um novo capítulo à sua história em 2017 com a inauguração do Botanique, um estabelecimento comercial que reúne o Negrita Bar e a Borealis Plantas.
Neste ano, o piso térreo do prédio passou por sua terceira revitalização desde então, em uma reforma que reforçou a personalidade e todo o charme já característicos do espaço.
Assinado pelas arquitetas Ana Sikorski e Katia Azevedo, da Moca Arquitetura, o projeto mais recente incluiu algumas alterações estruturais, como a ampliação do espaço com a saída de algumas paredes, tornando-o mais aberto e melhorando a circulação de ar e de iluminação natural.

Ainda com capacidade para 64 pessoas, os 96 m² do Botanique agora estão mais confortáveis para clientes e mais funcionais para quem trabalha no lugar.
A pedido das três sócias – Patrícia Bandeira e Juliana Girardi, do Negrita, e Patrícia Belz, da Borealis –, logo na entrada, o Botanique ganhou mais amplitude com a incorporação de uma nova sala e espaço exclusivo para o bar. A área dedicada às plantas da Borealis também foi estendida, com a adição de um novo deque externo para exposição de algumas espécies, aliadas a um corredor com mesas para duas pessoas.


Nesta reforma mais recente, novas cores e elementos foram incluídos, reforçando a identidade de aconchego já característica do estabelecimento. “Para fazer um lugar em que as pessoas se sentissem muito à vontade, começamos a trazer móveis antigos. As proprietárias já tinham uma curadoria de móveis lindos, então usamos isso e já criamos uma paleta bem latina, para fazer um contraponto com as plantas”, explica Ana.

Peças repletas de história e valor emocional foram sendo introduzidas pelas arquitetas, mas também pelas sócias, que trouxeram desde itens como janelas retiradas de uma casa vizinha que seria demolida até 30 ventiladores de teto encontrados no lixo.

“A minha madrinha trouxe um quadro dos anos 1970, que era de uma feirinha. Ele ficou perdido por um tempo e quando estávamos fazendo a reforma, se encaixou perfeitamente em uma das paredes. É de uma pessoa que eu gosto muito e agora está aqui”, explica Patrícia Belz.

Janelas antigas viraram divisórias, um fogão a lenha antigo ganhou ares de aparador, uma banheira de cerâmica antiga se tornou item decorativo do novo fumódromo… Tudo ganha um novo significado no Botanique. “A gente mexe em caçamba, casa demolida, ferro velho, no lixo, e às vezes as pessoas até deixam coisas aqui na frente porque sabem que a gente usa”, brincam as sócias.

Escadas móveis com estrutura tubular foram instaladas para facilitar o acesso às plantas que estão no alto, na Borealis, e o acesso aos banheiros se faz por entre o verde das plantas. Colagens botânicas e paredes azuis e cor-de-rosa levam o colorido e a temática do bar também para dentro dos banheiros.

Sobre as pias de ferro-velho, foram aplicados azulejos trazidos da casa de uma das sócias. “De um banheiro, foram feitos mais dois, com um trabalho artístico feito com colagens botânicas da Patricia Sary, com imagens de domínio público, coladas como lambe-lambe”.

No deque mais antigo da casa, os balcões ganharam traços coloridos em laminado melamínico que dialogam com o grafite do fumódromo, cuja arte foi assinada pela artista Bruna Miorin.
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*Especial para Haus.