Arquitetura
Depois de polêmica, Doria anuncia criação de programa de grafite de rua em São Paulo

Foto: Heloisa Ballarini/Divulgação Prefeitura de SP
A Prefeitura de São Paulo anunciou a criação de um programa para grafite de rua, que deve promover os artistas da cidade. O anúncio surge em meio ao polêmico embate entre o prefeito João Doria e os grafiteiros e pichadores da capital paulista. De três em três meses, a Prefeitura deve autorizar espaços da cidade para receberem a intervenção, e os artistas serão escolhidos por meio de uma comissão montada pela Secretaria Municipal de Cultura.
A Avenida 23 de Maio, que acabou virando o grande símbolo do conflito, não deve entrar no cronograma da iniciativa. No local, apenas sete painéis devem ser mantidos – os que a Prefeitura considera mais preservados, sem pichações ou danificações. O oitavo mural, feito pelo artista Eduardo Kobra, amanheceu pichado no 463° aniversário de São Paulo, em crítica às ações da gestão Doria.

O programa deve abranger imóveis públicos e privados, que serão procurados pelo poder público para autorizar o uso do espaço. O primeiro ponto do programa, localizado no Baixo Augusta, foi batizado de Museu de Arte de Rua (MAR).
Embora o mal-estar entre artistas e poder público, Doria diz apoiar o trabalho dos grafiteiros. “Isso vai nos ajudar a embelezar São Paulo, recuperar várias áreas, a criar visibilidade adequada para o trabalho artístico de grafiteiros e muralistas”, ressaltou. O secretário de Cultura, André Sturm, disse que a comissão receberá as propostas dos grafiteiros e seus currículos, mas não haverá necessidade de enviar a prévia dos desenhos. “Eles serão escolhidos em função do currículo e do histórico. Mas a ideia é que seja um número grande (de artistas).” Cada novo espaço – que será sempre em áreas abertas – terá uma seleção diferente, segundo Sturm.
A Prefeitura de São Paulo deve anunciar na próxima semana, em coletiva, mais detalhes do programa.