Arquitetura
Cuidado antes de derrubar paredes!

No projeto das arquitetas Flavia e Roberta Bonet, paredes a menos e portas de correr garantem a integração | Marcelo Stammer
Integrar é preciso, virou moda nos ambientes contemporâneos. Mas, antes de derrubar uma parede interna, dê uma olhada nos projetos estruturais, hidráulico e elétrico da construção, para não ter algum tipo de surpresa. O alerta é feito pelas arquitetas Roberta Bonet e Flavia Bonet. O maior perigo, segundo elas, é atingir pilares estruturais, vigas ou prumadas hidráulicas. Para evitar prejuízos à estrutura, o melhor é contar com a orientação de um profissional.
Foi o que fez a administradora de empresas paulista Celina Schmidt. Quando se mudou com a família para Curitiba, há menos de um ano, ela trocou uma casa muito ampla por um apartamento. “Precisávamos de espaço para que as minhas duas filhas pequenas brincassem”, comenta. Para isso, chamou um arquiteto e, com algumas paredes a menos, elas chegam a andar de bicicleta dentro do apartamento.
Mas esse não foi o único motivo de Celina. “Nunca gostei de locais apertados. Dão a sensação de sufoco”, conta. Filha de arquiteta, foi criada numa residência com pé direito alto e ambientes espaçosos. Entre as alterações que solicitou na reforma de seu apartamento estavam a junção de dois banheiros, que viraram apenas um, e a integração de duas salas, o que foi feito com uma porta de correr. “Essa é uma forma de integrar espaços sem fazer muita quebradeira”, explica a arquiteta Roberta Bonet, que conduziu a obra.
Lado bom
Quando o arquiteto e urbanista Marcelo Vacção adquiriu uma antiga residência curitibana e decidiu reformá-la, optou pela integração das antigas salas de estar e jantar, o que tornou o ambiente mais iluminado, ventilado, prático e moderno.
“O local ampliado permite uma maior interatividade das pessoas”, diz. Ele explica que hoje a maioria dos clientes opta por esse recurso porque a vida contemporânea comporta muitos jeitos de morar, com formatos diferentes de famílias. “A antiga sala de visitas dos nossos avós foi incorporada às salas de jantar e tevê, pelo fato de ninguém permanecer em um único ambiente por muito tempo”, explica. A nova sala, mais ampla, abriga a todos.
Planejamento
O que fazer antes de começar a obra O engenheiro José Luiz Campanholo, diretor técnico da Construtora Baggio, faz um alerta a quem está iniciando uma reforma. Ele explica que, no caso das paredes, há dois tipos de estruturas: as de concreto convencional, que podem ser removidas sem maiores problemas, e as autoportantes ou estruturais. “Nesse caso, deve-se verificar o manual do proprietário ou o contrato de aquisição, que especificam obrigatoriamente as restrições de aberturas de vãos”, ensina.
As instalações hidráulicas e elétricas também merecem atenção. “Em cada residência existem prumadas de esgoto, água, elétrica e lógica”, cita. Campanholo comenta que outro ponto a ser verificado é o alinhamento das paredes de alvenaria, já que os esquadros são avaliados ambiente por ambiente. “Quando se retira uma parede divisória, o emboço (primeira camada de revestimento), com certeza, não estará alinhado. O mesmo acontece no teto”, diz.
Serviço:
Flavia Bonet e Roberta Bonet Arquitetura, fone (41) 3045-2141.
Marcelo Vacção Arquitetura, fone (41) 3016-5789.