O novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) em Curitiba mal abriu suas portas e já se prova pequeno para a multidão que arrasta a organização religiosa. Na inauguração das 10 horas da manhã deste domingo (26), o espaço atingiu lotação máxima, que é de 5 mil pessoas, o equivalente a duas vezes a capacidade do Teatro Guaíra, que é de 2.167 lugares.
Para não decepcionar os visitantes, os organizadores montaram um espaço improvisado com grandes barracas e cadeiras de plástico para aproximadamente mil pessoas, logo em frente ao templo, no terreno da antiga fábrica da Matte Leão.
Alguns dos fiéis não ficaram satisfeitos. A reportagem presenciou o momento em que cerca de 12 visitantes trazidos da Caximba de van pela instituição protestaram: “Se fosse para assistir do telão, teria ficado em casa e visto direto da TV”, disse uma fiel com um bebê ao colo.
O custo total da obra, feita pela empreiteira portuguesa Teixeira Duarte, custou R$ 414 milhões (128 milhões de euros), além dos R$ 32 milhões necessários para a compra do terreno histórico de 16 mil m².
Também fazem parte do novo templo: dois estúdios de TV, quatro estúdios de rádio, 650 vagas de estacionamento, 70 banheiros e uma escola bíblica infantil.
Nobreza e monumentalidade
O interior do templo segue a mesma linguagem superlativa do exterior. O pé direito é monstruoso e bastante iluminado, com diversas colunas jônicas falsas (que não tem função estrutural, apenas estética), janelas com arcos arredondados (como as de fora) e diversos vitrais coloridos intercalando desenhos de bíblias e do tradicional candelabro judaico de sete velas, o menorá.
O piso tem detalhes em mármore com granito e o altar é uma explosão de dourado com diversas outras referências judaico-cristãs, como a tábua dos mandamentos em hebraico e uma réplica grande da Arca da Aliança, como a do Templo de Salomão, em São Paulo.
Como a construção é nova, percebe-se a tentativa de utilizar elementos clássicos, que passam um ar histórico. Como explicou anteriormente à reportagem o arquiteto Luis Salvador Gnoato, que ensina no curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a roupagem clássica do templo encontra justificativa. “As pessoas estão acostumadas a ver templos ou igrejas em imóveis antigos. Há uma necessidade do público de ver identidade histórica na arquitetura religiosa”, explica. “Neste caso, como o prédio é novo, o arquiteto recorreu a algumas referências clássicas para dar esse efeito.”
Confira o interior do novo templo da Igreja Universal em Curitiba
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