A CASACOR São Paulo ocupa uma área total de 11 mil m² no Conjunto Nacional, e espaços pequenos também recebem atenção na mostra, com destaque para ambientes que ganharam a forma de tiny houses. Literalmente "casas minúsculas" em livre tradução, são moradias que seguem um movimento arquitetônico, comportamental e social que surgiu nos Estados Unidos ao final dos anos 2000 e que pretende um viver mais simplificado e sustentável, levando em conta o aproveitamento consciente de recursos, os padrões de consumo e o acesso à habitação.

Dentro do tema de 2023, "Corpo e Morada", que rege também a edição de número 36 da CASACOR paulista, as casas pequeninas aparecem em versões singulares, com quatro pegadas diferenciadas entre si. Confira:

Uma estrutura de alumínio revestida em madeira de reuso dá forma a uma suíte e estar integrados, copa e banheiro, além de varanda com banheira e ducha externa. Esta é a Casa Almar, um bangalô de 36 m² apresentado pelo arquiteto Rafa Zampini (estreante da CASACOR) como uma solução de casa modular desmontável no estilo tiny house. Destaque para o deck que dá acesso à banheira, parcialmente conectada ao interior. Sustentável por princípio, o projeto é marcado por texturas naturais e cores neutras para sugerir um jeito de viver leve e descomplicado, voltado ao bem-estar e inspirado em conceitos como o wabi-sabi e o minimalismo.

Projetado por Ester Carro (que também estreia na mostra), o Espaço Motirõ explora alternativas para moradias pequenas, que precisam acomodar famílias inteiras e muitas atividades, a exemplo da realidade da comunidade do Jardim Colombo, na Zona Oeste de São Paulo, de onde a arquiteta é moradora e ativista. O ambiente de 34 m² contempla hall de trabalho, banheiro com lavanderia, sala integrada à cozinha e quarto num espaço de ativismo e sensibilização para o morar periférico. Destaque para boas soluções no mobiliário, como a cama de casal com beliche de solteiro anexo, e práticas sustentáveis, que aparecem na cisterna para água de chuva utilizada para a utilizada no banheiro e no emprego de revestimentos sustentáveis, feitos de papelão. Nas palavras da arquiteta, "Motirõ alimenta o corpo, inspira a alma, promove a reutilização de materiais conectando de forma singela com o natural".

A tiny house de 49 m² desenvolvida pelo arquiteto Quintino Facci explora a relação entre o corpo humano e a arquitetura em ambientes que pretendem proporcionar equilíbrio físico e mental. Conforme o arquiteto, a busca foi por criar um ambiente que fosse "abrigo para a alma", um local de pertencimento. A decoração tem pegada minimalista, com paleta neutra, mobiliário autoral brasileiro e materiais com toque aconchegante, como a madeira e o linho (que recobre o teto e divisórias do ambiente). A iluminação é indireta, estrategicamente posicionada para proporcionar conforto aos sentidos.

Tons naturais permeiam o ambiente criado pelos arquitetos Ricardo Caminada e Tota Penteado, sem deixar de lado a dramaticidade. Com 44 m², que integram living-dormitório, cozinha gourmet na varanda e banheiro, o espaço foi pensado para que os moradores possam descansar, recobrar as energias e renovar conexões afetivas. Opostos dão o tom do ambiente, com o contraste entre os tons claros da marcenaria e as paredes escuras, além da combinação harmônica entre linhas retas e formas orgânicas escolhidas para os mobiliários e objetos decorativos. Chama a atenção ainda o aproveitamento dos espaços para garantir funcionalidade à tiny house, com destaque para a mesa de trabalho integrada ao estar.

A visitação à CASACOR São Paulo é realizada com agenda programada. A venda de ingressos acontece por meio do aplicativo CASACOR, no site oficial da mostra ou na bilheteria do evento, mediante disponibilidade. O visitante deve escolher dia e hora da visita à mostra, com tolerância máxima de 15 minutos para entrada.