Construção
Arquitetura
Com painéis de isopor e concreto, novos métodos construtivos tornam obras mais ágeis e sustentáveis

No ICF Modular, os painéis pré-fabricados são aliados a ferragens para estruturar a construção | Divulgação
Uma construção mais rápida, mais econômica e mais sustentável, que resulta em casas e prédios mais confortáveis para seus moradores. É isso que prometem os novos métodos construtivos desenvolvidos pelo Grupo Quanthun, com base no sistema ICF, que usa fôrmas de isopor - que são encaixadas e fixadas com estruturas metálicas - para construir paredes de concreto.
Chamados ICF Modular e ICF Modular Lite, os novos métodos se diferenciam do ICF tradicional por trabalharem com painéis inteiros em vez de fôrmas que serão preenchidas com concreto no local da obra. “A linha Modular, uma das novidades, vem em módulo mesmo, ou seja, montamos os painéis com toda a infraestrutura elétrica e hidráulica, e eles saem semi-prontos da fábrica”, conta o diretor de pesquisa e desenvolvimento do grupo, Miguel Spina.
A Lite Modular, por sua vez, mistura o sistema ICF com o SIP, a construção feita com painéis autoportantes com um núcleo de espuma rígida ou isopor coberto, geralmente, por placas de OSB (chapa de tiras de madeira). A diferença, neste caso, é que os painéis da Quanthun são formados por placas cimentícias e isopor - e que os painéis são encaixados de modo que formam vigas - ou o espaço destinado a elas. “O painel já forma a viga, você coloca a ferragem e concreta”, diz Spina.

Conforme ele, ambos os métodos podem ser usados em qualquer tipo de construção, mas o Modular é indicado para grandes construções e o Lite, para aquelas de menor porte. Em relação ao uso em projetos com mais de um pavimento, ele explica: “O Modular, assim como o ICF convencional, tem uma restrição de até sete pavimentos, daí precisa de reforço de viga. O Lite já atende qualquer quantidade de pavimentos, porque é um sistema baseado numa norma de pilar e viga”.
Obra mais prática, rápida e sustentável
Mesmo envolvendo concreto, os métodos desenvolvidos pela Quanthun tornam as obras mais práticas, rápidas e sustentáveis do que as de alvenaria convencional, por exemplo. Isso porque, com eles, “levantar uma parede” não envolve fazer fôrmas de madeira para as vigas - e depois desfazê-las e jogar fora o material -, nem trabalhar com tijolo e cimento.
Para garantir uma geração de resíduo ainda menor, os painéis usados são feitos em diferentes tamanhos, com diferentes fins - e a fábrica conta com equipamento especial para corte, se necessário. “Nossa obra, além de consumir pouca água, do pouco resíduo que ela gera, mais de 90% dele é reciclável - e ele pode retornar para a nossa fábrica para ser reciclado. O isopor não é sustentável em sua origem, mas pode ser 100% reciclável”, esclarece Spina.

Outra vantagem, conforme o diretor de pesquisa e desenvolvimento do grupo, é que o uso dos painéis é intuitivo e não exige equipes especializadas. Além disso, o trabalho é mais leve, principalmente no caso do ICF Modular Lite. “O pedreiro hoje, com 45, 50 anos, não consegue mais trabalhar como pedreiro, porque é um trabalho pesado. Com o nosso produto, ele pode voltar a trabalhar, porque nosso produto é leve”, diz Spina.
Custo e conforto
Para os moradores, uma das vantagens é o custo da construção, principalmente no caso do método Lite Modular, que não é concretado por inteiro - só as vigas.
Além disso, os materiais usados - isopor e concreto - fazem com que a construção proporcione conforto térmico e acústico. “O que existe nas paredes convencionais é uma troca de temperatura com o meio e o solo, mas o isopor é isolante térmico. O som também não vaza de um ambiente para o outro. Vaza por uma porta ou janela, mas não pela parede”, detalha Spina.