Pirâmide Solar da Caximba

Arquitetura

Com inauguração marcada, usina solar sobre aterro do Caximba será marco de sustentabilidade para Curitiba

Vivian Faria, especial para HAUS
20/03/2023 22:42
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A partir da tarde de 29 de março, aniversário de Curitiba, a usina solar instalada sobre o antigo aterro sanitário do Caximba, batizada de Pirâmide Solar do Caximba, vai entrar em operação. Os cerca de 8,6 mil painéis fotovoltaicos, distribuídos sobre uma área de 50 mil metros quadrados e ligados à rede de distribuição da Copel por uma linha de transmissão de sete quilômetros de extensão, terão capacidade instalada para gerar 4,55 MWp de energia, produzindo o suficiente para suprir o consumo de 30% dos prédios públicos do município e gerar uma economia de R$ R$ 3,5 milhões à prefeitura anualmente.
A inauguração vem um ano após o início da implantação da usina no local e promete ser um marco para a cidade em termos de sustentabilidade, não apenas porque o município passará a produzir parte da energia que consome, mas também porque o coloca como um ator ativamente em busca de alternativas que visem a mitigação das mudanças climáticas.
“O projeto foi concebido em parceria com uma associação internacional [a C40], que reúne as maiores cidades do mundo num esforço de enfrentamento às mudanças climáticas. Houve um chamamento internacional e nós fomos selecionados [para receber recursos], porque, no entendimento da instituição, o projeto se enquadra muito bem na discussão que estamos tendo sobre transição energética, sobre ampliar cada vez mais o uso de fontes renováveis”, explica a secretária municipal de meio ambiente Marilza do Carmo Oliveira Dias.
Mais que isso: por ser instalada sobre um aterro sanitário desativado, a nova planta consegue dar uma função para uma área que era considerada simplesmente um passivo ambiental.
Em operação de 1989 até 2010, o aterro do Caximba recebeu cerca de 12 milhões de toneladas de resíduos. Ao ser desativado, foi completamente selado, mas até hoje demanda um trabalho de monitoramento da área e tratamento do chorume que continua sendo produzido – e também um investimento de meio milhão de reais mensais. “O projeto tem essa característica de dar um novo uso para essa área que não poderia ter outra utilização”, resume Marilza.
Para garantir o sucesso do empreendimento, que é o primeiro do tipo na América Latina, o projeto foi desenvolvido com auxílio de consultores internacionais. Foi nessa etapa que utilizou o financiamento do Cities Finance Facility (CFF) do C40, para o qual foi selecionado. “O local ainda está sujeito a movimentações, então toda a base de sustentação das placas tiveram que ser adaptadas. A ideia é que as movimentações, se acontecerem, não venham a danificar as placas”, explica a secretária do meio ambiente.
A implantação custou ao município cerca de R$ 28 milhões – investimento que deve se pagar em oito anos, considerando a economia prevista.

De 30% a 60%

A Pirâmide Solar do Caximba é uma das iniciativas do programa Curitiba Mais Energia, que engloba uma série de projetos desenvolvidos com recursos recebidos do CFF para ampliar o portfólio de geração de energia renovável da prefeitura e reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
Outras medidas do programa que já estão em funcionamento são a instalação de painéis fotovoltaicos no Palácio 29 de Março, no Salão de Atos do Parque Barigui e na Galeria das Quatro Estações, do Jardim Botânico. Pequenas usinas solares também serão instaladas sobre a Rodoferroviária e os terminais do Santa Cândida, do Boqueirão e do Pinheirinho. “Quando todos estiverem implantados, a capacidade instalada será de 8 MWp e a energia gerada vai suprir 60% do consumo da prefeitura”, diz Marilza.

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