A Casa Onda, localizada na cidade de Castro, foi a primeira do Paraná a ser certificada com o Nível Ouro do Green Building Council (GBC) Brasil Casa, referência nacional para construções residenciais sustentáveis. O projeto é assinado por Monica Menarim Requião, do escritório Menarim Arquitetura, com sede também em Castro. O selo já premiou oito edificações no Brasil, das quais apenas uma fica na região sul. A construção da Casa Onda ficou a cargo da Construtora Greenwood, com sede me Curitiba.
A arquiteta explica que desde o princípio o projeto foi pensado para ser aplicado para a certificação, já que, para garantir o selo, é fundamental comprovar através de fotos e documentos todas as soluções sustentáveis apresentadas ao longo da construção. “A Casa Onda foi criada para que se tornasse autossustentável e energeticamente mais produtiva“, conta ela.
A casa de 580 m² foi desenhada para acomodar uma família de quatro pessoas. Com dois andares, ela é equipada com três suítes, um espaço integrado que serve como sala de jantar, sala de estar e cozinha e uma área de lazer. O terreno tem um total de 1.600 m².
Como funciona a avaliação
Oito dimensões são levadas em consideração pelo Comitê Técnico da instituição na avaliação da edificação: implantação, uso racional da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade do ar interno, requisitos sociais, inovação no projeto e ainda créditos regionais, que variam de acordo com a localização da casa.
Cada dimensão engloba uma série de soluções sustentáveis que devem ser comprovadas ao comitê após a entrega da construção. Uma quantidade de pontos é concedida a cada solução apresentada, que ao final do processo são somados e podem classificar a residência em quatro níveis: Verde, Prata, Ouro e Platinum.
Soluções
Algumas das principais saídas apontadas por Menarim são relativas à água, à energia e ao reaproveitamento de lixo. Mais de 50% da energia elétrica consumida na casa é gerada no próprio local, através de placas fotovoltaicas que captam a energia solar. Além disso, a casa tem duas caixas d’água de 5 mil litros para armazenar e reaproveitar a água pluvial para limpeza geral e externa.
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No entanto, o cuidado com o meio ambiente ao longo da construção é fundamental. “No começo da obra, a gente já comprou a primeira caixa d’água da casa para reaproveitar água do próprio canteiro de obras”, explica Monica. Ela também conseguiu manter zerado o nível de lixo destinado a aterro sanitário. “Foi tudo 100% reaproveitado, e ainda sem custo. A gente fez baias no próprio canteiro, e só usou caçamba na fase final. Foi bem gratificante”, comenta.
Ela aponta ainda outras escolhas sustentáveis que contaram pontos na certificação. Plantas regionais escolhidas para o jardim, a escolha de revestimentos com base em marcas que já têm políticas sustentáveis, o direcionamento da casa para o norte, otimizando a luz natural e o uso do sistema construtivo em Steel frame, por ter baixo impacto ambiental.