Arquitetura
“Brasília foi um tropeço histórico”, afirma Paulo Mendes da Rocha
Paulo Mendes da Rocha durante entrevista para rede de tevê alemã Deutsche Welle. Foto: Reprodução
Um dos arquitetos mais importantes do Brasil e do mundo, Paulo Mendes da Rocha, afirmou em entrevista à rede alemã Deutsche Welle que tirar o título de capital do Rio de Janeiro foi “erro político muito forte”. No entanto, ressaltou que “isso não tem nada que ver com a obra do Niemeyer, que é altamente criativa”.
O comentário veio para uma pergunta sobre o que faria se um dia tivesse a possibilidade de reconstruir Brasília. Em sua resposta, o arquiteto — recentemente laureado com o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza 2016 — foi enfático: “Eu não teria feito Brasília.”
Na sequência explicou que se passa uma mensagem negativa ao “dizer” para uma cidade como o Rio de Janeiro que “aqui não é mais a capital”. Este episódio ele classifica como um “tropeço histórico.” E completou: “É como se, na Itália, dissessem: agora Roma não é mais a capital. Não faz nenhum sentido.”
Durante a conversa, o arquiteto modernista vencedor do Mies van der Rohe para a América Latina, em 2001, e do Pritzker (o equivalente ao Nobel da Arquitetura), em 2006, afirmou que a construção de outras cidades teria sido muito mais útil nos anos 1950 para o Brasil.
“A navegação da grande rede hidroviária do Brasil e as ligações necessárias e fáceis de imaginar entre o Atlântico e o Pacífico obrigariam a construção de inúmeras cidades com uma utilidade mais interessante do que aquilo que já estava feito, que era a capital no Rio de Janeiro.”
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