Construído em 1915 para ser um mirante da parte alta do bairro São Francisco, em Curitiba, o Belvedere será reinaugurado na noite desta quinta-feira (19) a partir das 19h na Praça João Cândido. O edifício de madeira que é um símbolo do art nouveau da capital paranaense foi completamente restaurado depois do incêndio de 6 de dezembro de 2017 e volta a adotar sua cor original, um amarelo pastel, bem como alguns adornos externos que já haviam desaparecido.
A ‘nova’ cor foi definida em conjunto pela Prefeitura de Curitiba e pela Coordenação do Patrimônio Cultural do Paraná depois de estudos no imóvel (duas prospecções) que conseguiram descobrir a primeira cor do edifício, como conta o arquiteto Mauro Magnabosco, que integra o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
O projeto de restauro é assinado pela arquiteta do Ippuc Carla Choma, e a execução da obra, que totalizou aproximadamente R$ 1,3 milhão, foi feita pela Conex.
“Depois do incidente, foram trocadas toda a estrutura da cobertura, todo o forro superior, parte das esquadrias de madeira, assoalhos, alguns degraus da escada, e as infraestruturas hidráulica e elétrica”, explica o engenheiro civil, Reinaldo Pilotto, superintendente de Obras e Serviços da prefeitura. Originalmente a construção foi feita em pinho e janelas de imbuia, e agora alguns elementos foram refeitos com madeira certificada de itaúba.
No primeiro pavimento ficará sediada um café-escola do Senac, cujo objetivo é contribuir com a cultura gastronômica do estado, com doces típicos, café e erva-mate e culinárias tropeira e caiçara. No segundo pavimento funcionará a sede oficial da Academia Paranaense de Letras.
Reconhecido como um patrimônio cultural importante, o edifício é uma Unidade de Interesse de Preservação (UIP) desde 2016. Foi construído em 1915 pelo então prefeito de Curitiba e engenheiro Cândido de Abreu.
A reinauguração será marcada por única apresentação da Celebração Belle Époque Brasileira. A encenação musical levará para o nostálgico prédio músicas brasileiras do fim do século 19. O espetáculo terá como solista a atriz e cantora Rosana Stavis, que interpretará canções de Chiquinha Gonzaga e Brasílio Itiberê, acompanhada por um grupo de choro do Conservatório de MPB. A artista, caracterizada de Chiquinha Gonzaga, irá apresentar a obras Abre Alas, Lua Branca e Tico-tico no Fubá, de Chiquinha Gonzaga, e Valsa Acadêmica, de Brasílio Itiberê.