Arquitetura

Arranha-céu de contêineres oferece chance de reurbanização de áreas favelizadas

Luan Galani
24/08/2015 17:11
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Projeto vencedor do concurso internacional "Cidade de aço: arranha-céu de container 2015 para Mumbai". Fotos: Ganti-Associates/Divulgação

Maior favela da Ásia, Dharavi ficou famosa por ter sido o palco das gravações de Quem quer ser um milionário?, vencedor de oito Oscars. Localizada na cidade de Mumbai, na Índia, é considerada uma minicidade, com cerca de 100 mil fábricas de fundo de quintal que geram mais de meio milhão de dólares por ano.
Apesar da comunidade ter achado ordem em meio ao caos, a urbanização não é ideal nem ordeira. Por isso, foi lançado o concurso internacional “Cidade de aço: arranha-céu de container 2015 para Mumbai”. A meta é construir edifícios que funcionarão como abrigos temporários para reurbanizar a área favelizada.
O projeto vencedor foi do escritório indiano Ganti + Associates, com base nos Estados Unidos e na Índia. Como o arquiteto Shekar Ganti explica, “criar qualquer solução requer primeiro uma compreensão profunda da filosofia de como Dharavi funciona: não como cidade, mas como comunidade”.
Na avaliação do júri, o projeto de Ganti apresentou uma boa compreensão do contexto do local, da comunidade, da cultura e da necessidade por melhores padrões de vida. E ressaltaram a “configuração clean do edifício, que poderia ser repetido e adaptado sem correr o risco de criar outra favela”.
O projeto mantém o caráter reciclável e modular das moradias originais por meio do uso de contêineres reutilizados, facilmente encontrados em Mumbai, já que a cidade abriga um grande porto. E sem deixar de considerar a circulação, a ventilação, o uso de energia solar e luz.
Os contêineres podem ser empilhados de dez em dez peças sem qualquer suporte adicional. A estrutura de aço suporta o peso, economizando na utilização de colunas e vigas. O design do edifício com 33 andares, que atinge cerca de 100 metros de altura, exige uma armação conectada por vigas de aço a cada dez andares. E assim o módulo se repete verticalmente.
As unidades são organizadas simetricamente ao redor do centro, que abriga as escadas e os elevadores. As molduras das estruturas servem como dutos para os sistemas elétricos e hidráulicos, e carregam em suas laterais painéis solares e turbinas para geração de energia a partir do vento. Já os corredores são feitos com elementos vazados de terracota (argila cozida), produzidos pela própria comunidade, aproveitando a luz natural.
E o senso de comunidade não se perde apesar da evolução da residência. O projeto prevê também jardinetes, como espaços comunitários, para a interação entre as pessoas.

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