Arquitetura

Arquitetos sugerem renascimento dos Faróis do Saber com outras vocações

Luan Galani
07/07/2017 10:52
Thumbnail

Farol do Saber Frei Miguel Bottacin. Foto: Brunno Covello/Arquivo/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

As 47 minibibliotecas do projeto Farol do Saber espalhadas pela cidade podem renascer. Condição: deixarem de ser apenas bibliotecas comunitárias em praças ou em apoio às escolas municipais, e abraçarem suas vocações individuais. A conclusão é do escritório de arquitetura curitibano Estudiograma, que se debruçou sobre a utilização das instalações por alguns meses.
“Os Faróis do Saber também podem se tornar centros para outras atividades, como playground, espaço de artes, estufa, pista de skate, teatro, receber hortas ou se tornar espaço religioso”, destacam os arquitetos e estudantes que participaram do projeto, criado para Exposição Arquitetura para Curitiba 2017, que reúne 18 propostas de escritórios de arquitetura e urbanismo para repensar a cidade.
Assinam o projeto os arquitetos Alexandre Kenji Okabaiasse, Edison Massei Filho, Felipe Santos Gomes, Marcelo Miotto, Rodolfo Scuiciato e Vitor Takahashi, em conjunto com as estudantes Beatriz Pianaro Caron, Isabelly Zucco, Karine Pazemeckas e Loren Dias.
“Esse rearranjo visa a multiplicidade de eventos dentro desses edifícios públicos, estimulando as possíveis vocações de apropriação do espaço específicas de cada bairro ou comunidade“, defendem os arquitetos que repensaram o Farol do Saber, uma das marcas da primeira gestão de Rafael Greca (PMN) à frente da prefeitura de Curitiba nos anos 1990.
Faróis do Saber ganham novidades tecnológicas para incluir crianças no mundo das cidades inteligentes. Foto: Brunno Covello/Arquivo/Gazeta do Povo
Faróis do Saber ganham novidades tecnológicas para incluir crianças no mundo das cidades inteligentes. Foto: Brunno Covello/Arquivo/Gazeta do Povo
Segundo o estudo dos arquitetos do Estudiograma, praticamente 20 anos depois de sua criação, o Farol do Saber foi esquecido por grande parte da população. “Parte da solução, então, é dar novos usos, dependendo do que a comunidade deseja”, explicam.
O projeto trabalhou com diretrizes genéricas, sem considerar a implantação imediata, mas também pensou em novas tipologias arquitetônicas, caso alterações fossem necessárias, contemplando conforto térmico, entre outras necessidades.
Entrega do Farol do Saber da Vila Nossa Senhora da Luz, na CIC, depois da reforma. A região é marcada pelo tráfico de drogas e violência e a pequena biblioteca acabou se tornando uma ilha de paz.
Entrega do Farol do Saber da Vila Nossa Senhora da Luz, na CIC, depois da reforma. A região é marcada pelo tráfico de drogas e violência e a pequena biblioteca acabou se tornando uma ilha de paz.

História

Lançado em 1993, primeiro ano da gestão de Rafael Greca na Prefeitura de Curitiba, os Faróis do Saber têm construção modular, estrutura metálica e uma área de aproximadamente 100 metros quadrados, além de uma torre de 17 metros de altura. Consta do projeto que a inspiração vem dos antigos Farol e Biblioteca de Alexandria.
Quando inaugurados há mais de 20 anos, chegaram a ter um facho giratório de luz no topo, lembrando um farol marítimo. A intenção era dar segurança aos moradores do entorno.  Com o tempo essa função foi abandonada.
Grande marco daquela gestão de Greca, eles se espalharam pela cidade, são 43, sendo que atualmente 42 pertencem à rede Municipal de Bibliotecas Escolares de Curitiba, 32 estão em escolas, nove em praças e um é biblioteca temática, o Farol do Saber Gibran Khalil Gibran.
Ainda há o Farol do Saber Miguel de Cervantes, localizado na Praça da Espanha, que passou a se chamar Centro Cultural Miguel de Cervantes a partir de junho de 2016 e é administrado pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC).
SERVIÇO | Expo 2017, no MuMA, Av. Rep. Argentina, 3.432, Portão, de terça a domingo, das 10 às 19h, até dia 10 de agosto de 2017.

LEIA TAMBÉM