Arquitetura
Arquiteto chinês cria cidades “esponja” para acabar com enchentes
Campus da Universidade Shenyang, em Liaoning, localizado em terra arável levou parque da instituição a ser concebido como uma plantação funcional de arroz. Foto: Divulgação
A ideia é assustadoramente simples. Em vez de usar concreto para ‘canalizar’ e se livrar da água, a solução é trabalhar ao lado da natureza para absorver, limpar e utilizar a água da chuva. Nas épocas mais secas do ano, essas áreas ecológicas são usadas como parques. Na estação chuvosa, os espaços alagam, segurando a água sem paredes ou diques, e principalmente sem invadir áreas residenciais.
“Inundações não são inimigas”, sentencia o arquiteto chinês Kongjian Yu, que desenvolveu o termo de ‘cidades esponjas’. “O que fizemos até hoje é errado”, completa. Ele acaba de retornar à China depois de concluir doutorado sobre o problema das enchentes na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Tudo começou há 20 anos, na China. Hoje 250 lugares no país asiático estão trabalhando com Kongjian e seus colegas na criação de espaços pensados a partir do ciclo da água. Sem falar em pilotos iniciados nos Estados Unidos, na Rússia e na Indonésia.
Para o arquiteto chinês, essa ideia pode ser parte da resposta global ao problema das inundações que assolam todas as partes do mundo. “Essa solução ecológica pode ser aplicada em qualquer lugar do mundo”, destaca Kongjian.
Os parques de contenção de água contam com paredes e telhados verdes, além de pavimentos permeáveis. De acordo com o Yu, a estrutura permite que a água fique limpa, a vegetação cresça e animais possam viver no local.
“Nós destruímos o sistema natural, não damos espaço suficiente para a água”, explica o arquiteto.