Prêmio Wheelwright 2020
Arquitetura
Arquiteto brasileiro entre os três melhores do mundo, segundo prêmio de Harvard
Gustavo Utrabo é um dos principais arquitetos brasileiros em ascensão. | Gustavo Utrabo/Divulgação
O arquiteto brasileiro Gustavo Utrabo é um dos três finalistas do prêmio Wheelwright 2020 da Faculdade de Design da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A láurea está em sua oitava edição e é dedicada a incentivar arquitetos jovens de todo o mundo que produzam pesquisas relevantes e inovadoras, que se traduzam em projetos.
Ao todo 168 profissionais de 45 países diferentes estavam na disputa. O vencedor, escolhido por um seleto júri da Universidade de Harvard e de arquitetos convidados, como a espanhola Anna Puigjaner, o inglês Tom Emerson e o belga Wonne Ickx, receberá uma bolsa de estudos no valor de 100 mil dólares para custear dois anos de pesquisa. O laureado só será anunciado no final de abril.
"Receber uma notícia como essa nos dá uma grande motivação. Uma premiação como o Wheelwright Prize pode potencializar a um âmbito global as pesquisas realizadas pelo estúdio. Também ficamos muito felizes em saber que o trabalho que realizamos é relevante para uma instituição como Harvard. Estamos todos em grande torcida", comenta o arquiteto para a reportagem de HAUS.
Utrabo é natural de Curitiba, onde se formou em arquitetura e Urbanismo em 2010 pela Universidade Federal do Paraná. Em 2014, especializou-se em História e Literatura pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ao longo dos anos tem se dedicado a encontrar soluções arquitetônicas sustentáveis e inclusivas.
Em 2018 recebeu uma das maiores honrarias do mundo, o RIBA International Prize, e na mesma edição do prêmio britânico foi considerado o principal arquiteto em ascensão do mundo. Recentemente atuou como professor visitante no Mestrado de Artes da Universidade de Hong Kong (leia um pouco sobre essa experiência aqui) e foi convidado a integrar o júri do RIBA International Prize 2020 ao lado de nomes consagrados.
Utrabo foi escolhido devido a sua pesquisa mais recente 'Repensar a natureza, unir matéria', que busca intersecções entre cultura, natureza e economia, e procura compreender como a madeira, do seu estado natural até o uso final na arquitetura, pode ser uma fonte primordial na construção das manifestações culturais.
Os melhores exemplos são a multipremiada escola e moradia infantil em Formoso do Araguaia, no Tocantins, em conjunto com Pedro Duschenes, Marcelo Rosenbaum e Adriana Benguela; as coberturas no Parque Indígena do Xingu, feitas para colaborar com a manutenção da cultura indígena local e acolher as diversas atividades comunitárias nas aldeias; e o projeto Casa+Casa, que são duas residências que brincam e distorcem a noção de natureza selvagem e artificial.
Os outros finalistas são a norte-americana Bryony Roberts, que se dedica a pensar em novas tipologias e modelos experimentais de arquitetura voltada para as crianças, suas famílias e os cuidadores; e o espanhol Daniel Fernandez, que se dedica a entender a pegada de carbono das construções, maneiras mais responsivas de habitar o planeta e materiais regenerativos, como algas marinhas e conchas.