Os dias das mulheres expostas como mercadorias nas vitrines do Red Light District, o polêmico ‘bairro do sexo’ holandês em Amsterdã, parecem estar contados. A primeira prefeita mulher da capital da Holanda, Femke Halsema — eleita em 2018 pelo partido GroenLinks (Esquerda Verde, em tradução livre) –, apresentou no último dia 3 de julho planos para revitalizar o bairro, acabando completamente com o sistema de vitrines.
Quatro cenários estão em consideração pela Prefeitura de Amsterdã: terminar com o esquema de vitrines, instalar um sistema de alvarás especial para os estabelecimentos, reduzir o número de bordeis drasticamente ou fechá-los simultaneamente e transferi-los para outra região da cidade, com controle rígido de entrada e saída das pessoas.
As opções serão apresentadas ao moradores e comerciantes do bairro em encontros públicos durante todo o mês de julho. Depois de escolhida uma das opções, o projeto será submetido à Câmara de Vereadores de Amsterdã.
Segundo Femke, os objetivos são três: proteger as mulheres de condições degradantes de trabalho, reduzir o índice de crimes na região e reviver o bairro de mais de 500 anos que, junto com os canais de Amsterdã, é considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.
A área fez parte do novo porto urbano construído no final do século 16, que mudou até os limites das fortificações da cidade, chamadas de Singelgracht. O programa de governo da época conseguiu revolucionar o local por meio da drenagem de pântanos e a instalação de canais em arcos concêntricos, permitindo um desenvolvimento urbano homogêneo.