Arquitetura
A arquitetura macabra do Templo Satânico reconhecido como igreja pelo governo dos EUA
Ritual realizado em Detroit, nos Estados Unidos, em um dos templos satânicos. Foto: Facebook/Reprodução
“Encorajar a benevolência e a empatia entre todas as pessoas, rejeitar a autoridade tirânica e defender o bom senso prático e a justiça”. Esta é uma das missões do ‘The Satanic Tample’, o Templo Satânico dos Estados Unidos, em tradução livre. A organização conta com 18 unidades em diferentes estados, como Flórida e Chicago, com sede na cidade de Salem, Massachusetts, em uma antiga casa funerária no estilo mansão vitoriana, comas tábuas são na horizontal, como manda a tradição inglesa de construção com madeira.
Desde abril deste ano o templo foi enquadrado como uma instituição beneficente, mesma categoria de uma igreja ou entidade de caridade, pelo Serviço de Impostos Internos dos Estados Unidos, do governo federal, que disponibiliza incentivos fiscais aos cidadãos que colaboram financeiramente com a organização.
Diferente da ideia mais comum, os membros do templo não acreditam na existência do diabo ou do sobrenatural, mas sim na investigação racional e pensamento crítico, isento de tradições cristãs.
Além das atividades tradicionais, como rituais, a organização conta com uma loja online; A ‘Shop Satã’ comercializa camisetas, acessórios, velas, óleos e até sacolas personalizadas.
Fundada por Lucien Greaves, em 2013, reúne mais de 50 mil membros e foi tema do documentário ‘Hail Satan’ produzido pela cineasta Penny Lane.
O altar principal do espaço destaca uma estátua de bronze de quase três metros de altura, batizada de Baphomet, que representa um anjo alado com cabeça e pernas de bode, além de um pentagrama no encosto da poltrona e duas crianças em adoração. A estátua é assinada por Mark Porter, e foi inspirada em desenhos do ocultista francês Eliphas Levi.
Além das luzes vermelhas, que reforçam a atmosfera cenbográfica, todo o restante da decoração preserva aspectos arquitetônicos originais do casarão, sem grandes incursões por aspectos mais folclóricos da crença.
*Colaborou Millena Prado.