Arquitetura
MON está de aniversário! Conheça detalhes e curiosidades do projeto histórico

Foto: Daniel Castellano/Arquivo/Gazeta do Povo | GAZETA
Em novembro de 2002, mais de 600 operários trabalharam em três turnos para entregar uma obra ambiciosa que gerava críticas e aclamações na mesma intensidade – a do Novo Museu, atualmente Museu Oscar Niemeyer (MON), que nesta quarta-feira (22) completa 16 anos. Hoje o museu, que é o maior da América Latina, é um sucesso unânime.
Na análise do professor de arquitetura Paulo Chiesa, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o anexo é arrojado, e possui uma forma instigante, o que gera esse destaque na paisagem urbana. “Por isso, tornou-se um marco referencial incorporado pelos cidadãos e visitantes. Ele tem a marca de seu autor: é singular; é bonito; provoca vertigem; incita ao sonho; emociona. Poucas obras públicas hoje em dia propiciam esse tipo de experiência.”

O projeto foi feito por Oscar Niemeyer em 1967 para ser a sede do Instituto de Educação do Paraná. A obra, no entanto, foi inaugurada somente em 1978 como Edifício Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, e acabou funcionando como sede de secretarias de estado até 2002, quando foi destinada a um novo museu no governo de Jaime Lerner. A obra custou US$ 14 milhões (aproximadamente R$ 45 milhões).

Tudo foi feito em tempo recorde: cinco meses de obra. Além do trabalho intenso dos operários, o fato de a estrutura do prédio estar intacta e de a proposta inicial ter sido ousada para a década de 1960 ajudou os arquitetos da equipe. “Inicialmente, parecia um grande pardieiro por conta das divisórias improvisadas. Mas, assim que visitamos o local, notamos que com pequenas modificações a transformação seria possível”, relata o arquiteto Marcelo Ferraz, que participou da empreitada.

“O museu pulsa com a cidade”, avalia o arquiteto espanhol Andrés Jaque, que esteve recentemente em Curitiba para participar da exposição Arquitetura para Curitiba.
A vocação para ser um centro educacional, que poderia também cumprir uma função de inserção social na educação, ainda pode ser observada no MON, segundo o espanhol. O espaço grandioso com sua estrutura aberta poderia abrigar, sim, uma escola sem divisão de classes. “Durante a visita, imaginávamos que todas as crianças de Curitiba pudessem vir a esse colégio. Especulamos se o projeto de Oscar Niemeyer não teria sido mesmo por ele calculado para que todas as crianças um dia passassem por ali, como um grande ponto de encontro da cidade”, diz.
