Quando se fala nos trabalhos de Álvaro Siza, Paulo Mendes da Rocha, Peter Zumthor, Rem Koolhaas e Zaha Hadid, todos vencedores do prêmio Pritzker, maior condecoração do setor no mundo, a arquitetura contemporânea ganha um horizonte fascinante. Esse quinteto faz a cabeça de estudantes e de arquitetos de longa carreira, com talento e genialidade singulares. Três docentes dos principais cursos de Arquitetura e Urbanismo de Curitiba nos ajudaram a cravar esses nomes em meio a outros tantos profissionais brilhantes.
Álvaro Siza
Dono de uma arquitetura que não faz estardalhaço. É silenciosa, autêntica e busca uma integração com o contexto existente, Siza é um teórico respeitado. De acordo com Marco Dudeque, professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), “ele pode parecer um pouco monótono a princípio, mas explora de maneira brilhante a volumetria, criando composições extremamente ricas e complexas”. Álvaro Joaquim de Melo Siza é um arquiteto português de 81 anos. Entre suas principais obras, o Museu Iberê Camargo, em Porto Alegre, e o Pavilhão Portugal (foto), em Lisboa.
Excelente desenhista, Siza cria suas obras não como um técnico, mas como usuário do projeto, sem deixar de reservar algumas surpresas. Em seus trabalhos são reconhecíveis as influências do finlandês Alvar Aalto e do austríaco Adolf Loos.
Paulo Mendes da Rocha
Não há como falar da arquitetura nacional sem citá-lo. A obra de Paulo Mendes da Rocha, de 86 anos, é apontada como um exemplo do pensamento estético da Escola Paulista da arquitetura brasileira, liderada por João Batista Vilanova Artigas, que trabalha conceitos como brutalismo, caracterizado pelo uso de concreto e estilo industrial.
Para a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo, Maria da Graça Santos, “a obra de Paulo Mendes da Rocha acompanha as mudanças do tempo, sem cair em modismos. Preserva o princípio dos traços necessários e justos”, defende.
O arquiteto tem várias obras espalhadas pelas principais cidades brasileiras. Entre os projetos que mais se destacam está o Museu Brasileiro da Escultura (foto) e o pórtico da Praça do Patriarca, os dois localizados na cidade de São Paulo.
Zaha Hadid
Nascida em Bagdá, no Iraque, Zaha Mohammad Hadid, 64 anos, formou-se em Matemática na Universidade Americana de Beirute e em arquitetura na Archictural Association de Londres. Aluna de Rem Koolhaas, Zaha tem projetos com características descontrutivistas e se destaca por explorar a relação entre a instabilidade da vanguarda construtivista e a estabilidade dos preceitos modernos. “Ela rompe conceitos e formas tradicionais subvertendo ou substituindo valores de harmonia por uma estrutura intrinsicamente falha”, comenta João Henrique Bonametti, professor de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Zaha é ousada, tem projetos totalmente inovadores, e até causa certo desconforto entre alguns profissionais. “Ela questiona conceitos que normalmente são aceitos como naturais, como se não houvessem sido institucionalizados.” O Centro de Arte Contemporânea Rosenthal (foto), em Ohio, nos Estados Unidos, e a Estação de Bombeiros da Vitra, em Weil am Rhein, na Alemanha, são alguns dos seus trabalhos.
Peter Zumthor
Filho de marceneiro, o arquiteto suíço Peter Zumthor, de 71 anos, cria projetos únicos. “Ele produz uma arquitetura de forte apelo sensorial e tátil provocada pelo uso de materiais associados à luz”, comenta Dudeque. Entre as obras mais conhecidas do profissional está o edifício para as termas de Vals (foto), na Suíça. A construção é toda revestida de pedras filetadas próprias da região, formando espaços cúbicos que são interligados pela água e iluminados pelas fendas do teto – o que produz uma atmosfera mágica.
Além das termas, outras obras importantes destacam o trabalho de Zumthor. Entre elas a Capela Saint Benedict, na Suíça, o Museu de Arte Moderna em Bregenz, na Áustria, e o Museu Kolumba, na Alemanha.
Rem Koolhaas
Remment Lucas Koolhaas é um arquiteto holandês de grande importância na arquitetura mundial. A obra do profissional, que atualmente tem 70 anos, é marcada pela abrangência temática e pela integração com outras áreas do conhecimento, como a arte e a literatura. Para a professora Maria da Graça Santos, as ideias de Koolhaas acerca das cidades têm influenciado as práticas urbanísticas atuais.
Koolhaas é genial porque tem capacidade e talento para enfrentar problemas complexos com soluções brilhantes e originais. Ele consegue organizar de forma democrática e única espaços e funções. Suas obras incluem o Parc de la Villette, em Paris, e a sede da emissora CCTV em Pequim (foto), na China.
