Pedras naturais

Anuário Haus 2022

Guardiã dos tradicionais mármores paranaenses, Michelangelo sedia lançamento do Anuário HAUS 2022

Luan Galani
13/10/2022 12:40
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Michelangelo Mármores do Brasil é fornecedora oficial das pedras naturais paranaenses empregadas na Cidade Matarazzo, com arquitetura do francês Jean Nouvel e interiores por Philippe Starck | Divulgação

Principal e maior vitrine de profissionais de arquitetura, decoração, design e paisagismo do Sul do Brasil, o Anuário HAUS chega a sua oitava edição em 2022 com mais de 60 projetos. E o palco da grande festa de lançamento será a boutique da Michelangelo Mármores do Brasil, no Jardim Botânico, em Curitiba, no próximo dia 19, apenas para convidados. O conceito do evento deste ano é inspirado no universo criativo e nos arquitetos e designers como estrelas, únicos em suas características e projetos, fazendo parte de um grande ecossistema do mercado da arquitetura.
A marca tem DNA paranaense, mas suas chapas exclusivas foram usadas na construção de Brasília – depois que o presidente Juscelino Kubitschek visitou o Palácio Iguaçu e encantou-se com os veios únicos do mármore – e está presente até na Cidade Matarazzo, novo destino high end em São Paulo, e no showroom da Gucci, em Milão, o glamoroso polo do design e da moda no mundo.
Palácio da Alvorada, em Brasília, utiliza o mármore paranaense Branco Michelangelo (popularmente chamado de Paraná)
Palácio da Alvorada, em Brasília, utiliza o mármore paranaense Branco Michelangelo (popularmente chamado de Paraná)
Detalhe de showroom da Gucci, em Milão, com o mármore bordô do Paraná, da Michelangelo
Detalhe de showroom da Gucci, em Milão, com o mármore bordô do Paraná, da Michelangelo
“Com 32 anos de existência, a Michelangelo tem o propósito e a filosofia de valorizar tudo que é nacional. A mão de obra é local, as jazidas são regionais, e os mobiliários e cenografias que tradicionalmente apresentamos na Expo Revestir [fashion week da arquitetura e da construção da América Latina] são assinadas sempre por grandes nomes do design brasileiro, como Zanini de Zanine, Guilherme Torres e Jaime Lerner, para citar apenas alguns”, explica Priscila Fleischfresser, diretora da Michelangelo.
Espaço da Michelangelo na Expo Revestir 2020, assinada por Jaime Lerner, e com peças do arquiteto e urbanista em mármore maciço
Espaço da Michelangelo na Expo Revestir 2020, assinada por Jaime Lerner, e com peças do arquiteto e urbanista em mármore maciço
“Nosso objetivo é surpreender, desafiar os profissionais e instigar o público. Em 2015, por exemplo, o espaço da Michelangelo foi o primeiro ambiente instagramável da feira, assinado pela Fetiche Design”, conclui a empresária à frente da marmoraria.
Estande assinado pela Canalli Arquitetura e pelo artista Rômulo Lass, celebrando os 100 anos do Paranismo na Expo Revestir 2022 para Michelangelo
Estande assinado pela Canalli Arquitetura e pelo artista Rômulo Lass, celebrando os 100 anos do Paranismo na Expo Revestir 2022 para Michelangelo

Peças únicas e exclusivas

Foi o pai de Priscila, o empresário Paulo Cezar Fleischfresser, quem resgatou a mina desativada em Cerro Azul, de onde saem alguns dos mármores Napoleão (bordô), Grigio (cinza), Nero (preto) e Branco Michelangelo (popularmente chamado de Paraná), admirados pelo mundo todo.
Priscila e o pai, Paulo Cezar, em Miami em 1993, representando a Michelangelo
Priscila e o pai, Paulo Cezar, em Miami em 1993, representando a Michelangelo
De acordo com a diretora da Michelangelo, a qualidade superior dos mármores da marca tem uma explicação. “Nossas rochas são sedimentares e metamórficas. Isto quer dizer que é um calcário que se consolidou ao longo do tempo sob muita pressão e calor. Mas, em vez de serem calcíticos, como a maioria, o nosso mármore é dolomítico, como chamamos quando há magnésio e calcário. É de uma dureza grau quatro, muito próxima do granito, de baixa porosidade. Não tem igual”, defende a especialista.
Pinacoteca de São Paulo, após a obra de Paulo Mendes da Rocha, tem no piso os mármores paranaenses da Michelangelo
Pinacoteca de São Paulo, após a obra de Paulo Mendes da Rocha, tem no piso os mármores paranaenses da Michelangelo
Mas a história da mina é ainda mais antiga, uma vez que existem registros de que em 1925 ela já estava ativa e, inclusive, atuou na calcetaria dos petit-pavés de Curitiba, como garante a empresária, baseada em diversos estudos históricos. Segundo Priscila, a jazida foi descoberta por imigrantes italianos e espanhóis que já tinham experiência nessa área em seus países de origem.
Jazidas da Michelangelo na época em que Paulo Cezar resgatou a mina em Cerro Azul
Jazidas da Michelangelo na época em que Paulo Cezar resgatou a mina em Cerro Azul

Rainhas do décor

As pedras naturais nunca perdem sua majestade. São atemporais. E hoje, mais do que nunca, as pessoas buscam se conectar com o verdadeiro, como ressalta Priscila, chancelada por estudos de comportamento e tendências voltados para o universo de interiores.
Hotel Emiliano no Rio de Janeiro também leva mármores Michelangelo
Hotel Emiliano no Rio de Janeiro também leva mármores Michelangelo
“Todos nós saímos de dois anos de reclusão que nos impulsionaram para a valorização da casa, do seu canto, da autoindulgência, da natureza e da conexão com tudo que é verdadeiro”, avalia. O que só impulsionou a valorização das rochas naturais, em que cada peça é única, criada com “liberdade criativa” pela natureza e pelo tempo.

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