Pedras naturais
Anuário Haus 2022
Guardiã dos tradicionais mármores paranaenses, Michelangelo sedia lançamento do Anuário HAUS 2022
Michelangelo Mármores do Brasil é fornecedora oficial das pedras naturais paranaenses empregadas na Cidade Matarazzo, com arquitetura do francês Jean Nouvel e interiores por Philippe Starck | Divulgação
Principal e maior vitrine de profissionais de arquitetura, decoração, design e paisagismo do Sul do Brasil, o Anuário HAUS chega a sua oitava edição em 2022 com mais de 60 projetos. E o palco da grande festa de lançamento será a boutique da Michelangelo Mármores do Brasil, no Jardim Botânico, em Curitiba, no próximo dia 19, apenas para convidados. O conceito do evento deste ano é inspirado no universo criativo e nos arquitetos e designers como estrelas, únicos em suas características e projetos, fazendo parte de um grande ecossistema do mercado da arquitetura.
A marca tem DNA paranaense, mas suas chapas exclusivas foram usadas na construção de Brasília – depois que o presidente Juscelino Kubitschek visitou o Palácio Iguaçu e encantou-se com os veios únicos do mármore – e está presente até na Cidade Matarazzo, novo destino high end em São Paulo, e no showroom da Gucci, em Milão, o glamoroso polo do design e da moda no mundo.
“Com 32 anos de existência, a Michelangelo tem o propósito e a filosofia de valorizar tudo que é nacional. A mão de obra é local, as jazidas são regionais, e os mobiliários e cenografias que tradicionalmente apresentamos na Expo Revestir [fashion week da arquitetura e da construção da América Latina] são assinadas sempre por grandes nomes do design brasileiro, como Zanini de Zanine, Guilherme Torres e Jaime Lerner, para citar apenas alguns”, explica Priscila Fleischfresser, diretora da Michelangelo.
“Nosso objetivo é surpreender, desafiar os profissionais e instigar o público. Em 2015, por exemplo, o espaço da Michelangelo foi o primeiro ambiente instagramável da feira, assinado pela Fetiche Design”, conclui a empresária à frente da marmoraria.
Peças únicas e exclusivas
Foi o pai de Priscila, o empresário Paulo Cezar Fleischfresser, quem resgatou a mina desativada em Cerro Azul, de onde saem alguns dos mármores Napoleão (bordô), Grigio (cinza), Nero (preto) e Branco Michelangelo (popularmente chamado de Paraná), admirados pelo mundo todo.
De acordo com a diretora da Michelangelo, a qualidade superior dos mármores da marca tem uma explicação. “Nossas rochas são sedimentares e metamórficas. Isto quer dizer que é um calcário que se consolidou ao longo do tempo sob muita pressão e calor. Mas, em vez de serem calcíticos, como a maioria, o nosso mármore é dolomítico, como chamamos quando há magnésio e calcário. É de uma dureza grau quatro, muito próxima do granito, de baixa porosidade. Não tem igual”, defende a especialista.
Mas a história da mina é ainda mais antiga, uma vez que existem registros de que em 1925 ela já estava ativa e, inclusive, atuou na calcetaria dos petit-pavés de Curitiba, como garante a empresária, baseada em diversos estudos históricos. Segundo Priscila, a jazida foi descoberta por imigrantes italianos e espanhóis que já tinham experiência nessa área em seus países de origem.
Rainhas do décor
As pedras naturais nunca perdem sua majestade. São atemporais. E hoje, mais do que nunca, as pessoas buscam se conectar com o verdadeiro, como ressalta Priscila, chancelada por estudos de comportamento e tendências voltados para o universo de interiores.
“Todos nós saímos de dois anos de reclusão que nos impulsionaram para a valorização da casa, do seu canto, da autoindulgência, da natureza e da conexão com tudo que é verdadeiro”, avalia. O que só impulsionou a valorização das rochas naturais, em que cada peça é única, criada com “liberdade criativa” pela natureza e pelo tempo.