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A segunda geração da Construtora Casteval

Maria Emilia Staczuk
13/11/2024 08:30
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Laura Benato e o irmão, Leonardo, pretendem dar continuidade ao legado deixado pelo pai, que fundou a empresa e a liderou nas últimas seis décadas | Letícia Moreira

Casteval. Palavra de origem medieval que traduz a ideia de habitação fortificada, “Castelo Forte”. Esse foi o nome escolhido para a nova fase da construtora, pós-reestruturação, em 1977. Porém, a fundação da empresa é anterior a essa época e remonta à década de 1960. Época em que a cidade de Curitiba ganhava um novo plano de urbanização, liderado pelo então prefeito, Ivo Arzua.
Desde então, a empresa que é referência em condomínios fechados na capital paranaense, especialmente em Santa Felicidade, foi conduzida por seu fundador, Osvaldir Benato, empresário descendente de uma família de imigrantes italianos, que chegaram à capital paranaense na metade do século 19 com a esperança de uma vida melhor.
Após mais de seis décadas, esse legado passa a ser conduzido pela segunda geração da família. Entre os sucessores, a advogada e administradora Laura Benato, que pretende dar continuidade a essa história de sucesso construída pelo pai.

A Contrutora Casteval tem uma posição consolidada dentro do nicho de condomínios fechados. Além disso, que outras operações vocês têm, hoje, no mercado imobiliário?

Hoje, os nossos produtos estão mais concentrados nas casas em condomínio fechado. Além disso, temos em nossa carteira casas de rua, que seguem o mesmo padrão construtivo dos condomínios. E, ainda, alguns poucos apartamentos à venda das permutas de terrenos, que não são construções da Construtora Casteval, mas têm todo o nosso respaldo. A empresa conta ainda com alguns empreendimentos comerciais para locação.

Vocês também trabalham com imóveis de terceiros?

Sim. A nossa ideia é facilitar a vida do cliente e a maioria das pessoas têm um imóvel próprio e precisa vendê-lo para comprar uma casa em condomínio. Os nossos corretores próprios têm parcerias com outras imobiliárias e, dependendo do caso, nós acabamos aceitando angariar esse imóvel para vender.

Essa operação comercial é algo novo? Qual a participação dela dentro do core business da empresa?

Nós notamos que o comércio de rua contina forte, que as pessoas gostam do conceito de centro comerciais e da facilidade de serviços e enxergamos esse nicho como uma oportunidade. A gente já tinha imóveis com esse perfil, em Santa Felicidade, e começamos a construir essas unidades comerciais até mesmo para ajudar a fomentar o comércio local.

Muito se falou dos efeitos da pandemia para o mercado de imóveis comerciais. Qual a sua avaliação sobre esse setor?

Para nós, está muito bom. Esse nicho está bem aquecido, com bastante procura, não apenas para lojas, mas também para prestação de serviço, como academia, lavanderia, restaurante e farmácias.

A Construtora Casteval tem toda uma tradição dentro do mercado imobiliário. Que benefícios isso traz para o cliente?

Toda essa história gera referência. Para o cliente, a segurança de que a empresa está há mais de seis décadas no mercado e que, mesmo com mudança de moeda, mudança de governo e até pandemia, continua sólida. Que não somos uma empresa aventureira que caiu de paraquedas aqui. Ao contrário, que somos de Curitiba, atuamos aqui, temos um escritório local e que ele pode falar diretamente com o dono.
Além disso, esse histórico mostra a nossa experiência. A nossa mão de obra tem baixíssima rotatividade, alguns funcionários estão conosco há mais de 30 anos. Essa experiência faz com que a gente erre menos, porque conseguimos ter um olhar mais clínico sobre o que realmente funciona.
“Quando surge uma dificuldade, a opção nunca é desistir, mas continuar por outro caminho”, destaca Laura | Letícia Moreira
“Quando surge uma dificuldade, a opção nunca é desistir, mas continuar por outro caminho”, destaca Laura | Letícia Moreira

Ao mesmo tempo, o setor é bastante dinâmico. Como vocês conciliam toda essa história com a inovação?

O que nos move em direção ao futuro é a curiosidade. Meu pai sempre nutriu isso, sempre o chamaram de visionário, e ele realmente foi. E passou isso para nós. Estamos sempre em busca do que há de novo, das novas tecnologias, das novas tendências e do que as pessoas estão realmente buscando. Às vezes, a inovação não gera benefício real para o comprador. Nós temos esse cuidado de implantar essas melhorias alinhadas com o que o nosso cliente está realmente buscando, o que de fato faz diferença na vida dele.

Falando um pouco de gestão, recentemente, fomos impactados com a triste notícia do falecimento do fundador da Construtora Casteval, Osvaldir Benato. Como está sendo essa sucessão?

A melhor sucessão é aquela que é imperceptível. Eu acho que nós conseguimos isso aqui dentro. Tanto o meu pai, como fundador, como eu e meu irmão, como segunda geração, sempre nos demos muito bem, sempre houve muito diálogo. E essa sucessão aconteceu ao longo do tempo, de forma gradativa. Agora, nós só estamos dando continuidade ao legado que o nosso pai deixou. Nosso plano é continuar fazendo um bom trabalho, construindo imóveis de qualidade, que possibilitem a realização dos sonhos dos nossos clientes.

Ainda sobre esse tema, você é uma das poucas mulheres com cargo de liderança dentro do mercado imobiliário e da construção civil, no Paraná e no Brasil. Como é estar na vanguarda desse movimento de empreendedorismo feminino?

Hoje, nós temos um olhar mais atento para a mulher, com mais protagonismo. Há muitas oportunidades e nós estamos sendo valorizadas. Acredito que isso acaba inspirando outras mulheres a entrarem no mercado imobiliário, seja no escritório ou no canteiro de obras.

Em relação a futuro, quais os planos de vocês em relação a vendas, lançamentos e entregas para 2025?

Nós vamos finalizar dois condomínios fechados de casas até fevereiro do ano que vem, em Santa Felicidade. E estamos com a ideia de oferecer a possibilidade de personalização das residências. Assim, o cliente cria o projeto com a nossa arquiteta, mas do jeito que ele quer, e sem a dor de cabeça de fazer toda a gestão da obra.

Para finalizar, a pergunta de milhões: qual o segredo para se manter por tantas décadas nesse setor tão dinâmico como o mercado imobiliário?

Eu acho que o segredo é a flexibilidade, no sentido de se ajustar, porque mudanças ocorrem, sejam elas econômicas ou internas. Isso é importante para ajudar na decisão de qual rumo seguir e para persistir. Quando surge uma dificuldade, a opção nunca é desistir, mas continuar por outro caminho. Além disso, estar antenado às novidades. É preciso ser curioso.