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A construção da AG7 como marca do bem-estar
“Nosso negócio não é tijolo. Nosso foco é fazer projetos icônicos, que promovam o bem-estar”, dispara o CEO da AG7, Alfredo Gulin Neto | Letícia Moreira
O propósito da AG7 é muito claro: inspirar as pessoas a viverem bem. A declaração é de Alfredo Gulin Neto, CEO da incorporadora curitibana que, desde 2011, atua no mercado de alto luxo. O engenheiro civil, que já trabalhou em banco, compartilha a liderança da empresa com as irmãs Andressa e Paola, que unem seu conhecimento em bem-estar e hospitalidade para criar uma nova proposta de valor para o mercado imobiliário. Nessa entrevista exclusiva, o empresário fala sobre os valores que norteiam a empresa e conta como a marca está construindo o seu posicionamento no setor.
Empreender na área de incorporação, especialmente no Brasil, não é tarefa fácil. Como a AG7 lida com essa questão?
Nós entendemos que são necessárias três coisas para que um projeto imobiliário chegue ao seu final. Uma delas, ter uma estrutura robusta de finanças. Então, você precisa ter muita ciência de como vai modelar a sua estrutura de capital no começo, no meio e no fim. Além disso, precisa ter uma estrutura de operações bem montada, para operacionalizar toda a ideia do projeto. E de comercialização, que consiga distribuir esse produto, através de uma estrutura interna ou de terceiros. São três setores que devem caminhar juntos. Nenhum pode falhar.
O processo de funding de vocês é diferenciado, tendo em vista a sua própria experiência no mercado financeiro. Como vocês estruturam essa operação para os novos empreendimentos?
O que a AG7 tem feito ao longo dos anos é construir produtos financeiros imobiliários com mais governança e um capital mais profissional para poder financiar parte dos seus projetos, porque nós também aportamos capital próprio. Esse ano nós acessamos o mercado de capitais, temos relacionamento com fundos imobiliários via agentes financeiros que enxergam valor no nosso negócio e optam por financiá-lo. Também há receita proveniente de vendas. Não tem mágica. O que procuramos, ano após ano, é profissionalizar. Queremos trazer capital institucional, que é um capital preparado para suportar ciclos longos e que nos traz segurança para as tomadas de decisão.
Como você avalia essa questão do funding imobiliário para o incorporador aqui no Brasil, comparado ao mercado internacional?
Lá fora, o mercado é muito mais profissional. Mas, para bons projetos, você encontra caminhos. Se você quer crescer e se desenvolver, não pode escolher o ambiente em que vai operar porque isso é incontrolável. Você não consegue controlar a taxa de juros e a inflação, por exemplo. Nós, empreendedores, precisamos nos adaptar e criar negócios resilientes para enfrentar essas variáveis. O desafio não é fácil, mas o alocador de capital está olhando para as empresas mais profissionalizadas, mais transparentes e coerentes, e, claro, que tenham bons projetos.
Vocês abraçaram o conceito wellness e, inclusive, trazem essa assinatura na marca. Qual foi a motivação?
O incorporador é um grande seguidor de tendências. Ele sempre busca adaptar o seu projeto para determinada novidade. Isso é bastante diferente do que a AG7 faz. Já começa pelo fato de que nós somos os acionistas e temos as competências associadas à hospitalidade, engenharia e incorporação, saúde e medicina. Nosso negócio não é sobre vender mais apartamentos ou ganhar mais ou menos dinheiro. Não é isso o que a gente está olhando. Nossa construção de proposta de valor não é sobre vender os imóveis na planta. É sobre fazer o usuário do empreendimento usar o imóvel daqui a cinco anos e ele ainda ser relevante.
De que forma essa proposta de valor da AG7 impacta na criação dos projetos e na percepção dos clientes?
A AG7 está construindo essa proposta genuína de ser a empresa do bem-estar. Ao longo do tempo, estamos incorporando serviços aos condomínios, assim como as melhores comodidades para as áreas de lazer, como foco nessa proposta. Temos feito jornadas com nossos clientes fora dos nossos projetos, inclusive para viajar conosco. Quando entregamos um empreendimento imobiliário, temos um roteiro do bem-estar para ensinar as pessoas como usar aquela área de lazer ao longo da sua rotina do dia a dia. O que nós estamos propondo é muito mais entregar valor adicional como uma rede de hotelaria do que, de fato, uma preocupação única e exclusiva em vender nossos imóveis.
O luxo se aproxima cada vez mais da arte. E vocês têm se colocado como protagonistas desse movimento. De onde veio a inspiração e de que forma esse tema está presente nos empreendimentos?
Isso vem muito de conhecer os nossos clientes. Em certa medida, eles são a nossa inspiração. Por outro lado, o nosso papel é ser original. A arte, o design e a arquitetura têm um papel importante para construir sensações para esse cliente que já gosta de ir a lugares diferentes e sair de uma paisagem convencional. A arte é um potencializador para que esses espaços fiquem ainda mais exclusivos, genuínos, criativos e inspiracionais. A beleza é só a casca. No fim, o que importa é como isso está consolidando valores para que o cliente os incorpore e isso gere impacto ou transforme a sua vida. É sobre criar um movimento.
O que a empresa terá de novidades para 2025?
Temos bastante coisa para fazer no próximo ano. Nós faremos um novo lançamento do Pace, com uma marca nova, proprietária da AG7. Também vamos lançar a terceira fase da Casa AG7. Abrimos um escritório em São Paulo e, provavelmente, vamos adquirir um terreno para fazer o primeiro lançamento lá ainda em 2026. Também temos um projeto, que está em fase final de licenciamento, em Balneário Camboriú, que pretendemos lançar no ano que vem.
Quais os planos da incorporadora para o futuro?
O nosso negócio não é tijolo. Nosso foco é fazer projetos icônicos, que promovam o bem-estar. Nos preocupamos com a nossa marca, com o que ela está envolvida, quais são os projetos em que estamos participando. O próximo projeto da AG7 é a própria AG7. A nossa preocupação é criar uma marca que seja bem quista, que entregue valor para o consumidor de alto e altíssimo padrão, para servi-lo quando ele precisar comprar apartamentos, alugar imóveis, fazer um evento fora de casa, receber convidados, comprar a sua casa da praia. Nós estamos olhando para nos tornar uma marca de hospitalidade. A nossa agenda não é construir mais. Nosso propósito é inspirar as pessoas a viverem bem.