Expansão e investimentos
HAUS Imobi
Cidades do interior do Paraná impulsionam crescimento do mercado imobiliário
O mercado imobiliário no interior do Paraná tem acompanhado o desempenho positivo vivenciado pela capital e atraído cada vez mais investimentos das incorporadoras, atuando como polo de desenvolvimento do setor.
Cidades como Londrina, Maringá, Cascavel e Toledo despontam entre os exemplos em que a demanda por imóveis tem crescido de forma significativa, impulsionada por uma conjunção de fatores.
“Dados do último censo demonstram que dois terços do crescimento populacional no Brasil, entre 2010 e 2022, concentrou-se em cidades do interior. E o crescimento populacional é o que impulsiona a demanda habitacional de maneira mais imediata”, aponta Marcos Kahtalian, sócio-fundador da Brain Inteligência Estratégica.
Somando-se a isso, estão a alta empregabilidade, a expansão da agroindústria e os investimentos nos programas habitacionais estadual (Casa Fácil Paraná) e nacional (Minha Casa, Minha Vida), fazendo com que o leque de produtos colocados no mercado contemplem diversas faixas de consumidores, da habitação social ao alto padrão.
“O mercado do interior vem com uma força muito grande desde a pandemia, quando as pessoas passaram a buscar mais conforto, a investir em um upgrade ou na mudança de endereço. E isso continua”, avalia Celia Catussi, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) Paraná Norte.
A percepção dos especialistas é demonstrada em números. Em Toledo, por exemplo, o crescimento registrado foi de 65,9% no comparativo entre o Valor Geral de Vendas (VGV) lançado em 2023 (R$ 212,72 milhões) e o registrado nos primeiros seis meses de 2024 (R$ 352,90 milhões). O número de unidades lançadas na “capital paranaense do agronegócio”, como é conhecida, saltou de 517 para 968 no período, aumento de 87%. Londrina, por sua vez, registra demanda por imóveis superior ao ritmo de lançamentos, com estoque de unidades residenciais para apenas sete meses, conforme dados do Radar Imobiliário, divulgados pela Futura Inteligência. O volume de unidades em estoque é menos da metade do considerado saudável (15 meses) e também mais baixo do que a média nacional (10 meses). O estudo refere-se ao mercado primário, ou seja, aos imóveis disponibilizados pelas construtoras para a primeira venda.
Crescimento
O movimento de expansão habitacional nessas cidades faz com que o setor conquiste novos espaços dentro da malha urbana e invista na oferta de diversas tipologias de produtos.
Maringá e Londrina, por exemplo, experimentam o fenômeno dos condomínios horizontais e bairros planejados, com o Eurogarden e o Acquaville, respectivamente. “Londrina ainda tem déficit habitacional grande, e nós conseguimos expandir nossa atuação para a zona leste, que despontava como futuro eixo de crescimento da cidade. Lançamos o Acquaville, dentro das faixas 2 e 3 dos programas habitacionais e, conforme entregamos a infraestrutura [e os primeiros empreendimentos] do bairro, vimos o perfil de consumidores mudar”, conta Willians Ribeiro, gestor executivo comercial de vendas da MRV no Paraná. “Hoje, um em cada seis londrinenses mora em um imóvel da marca”, acrescenta.
A presidente do Sinduscon Paraná Norte lembra que a cidade, assim como outras do interior, estão passando pelo processo de revisão e aprovação de seus planos diretores, o que deverá abrir novas possibilidades para o setor da construção civil na região.
Outro fator que alavanca os resultados, segundo Kahtalian, é a qualidade das empresas que atuam nessas localidades. “Elas vêm fazendo um trabalho muito bom. Entregam incorporações qualificadas e apresentam bons produtos com precificação adequada, entregando bons resultados”, completa.